Existem dois tipos de homens: os que fazem e os que tomam

Entre o que fiz, foi ministrar aulas sem nunca ter sido questionado sobre minha competência. O que tenho conquistei trabalhando. Até a minha casa comprei. Nunca tomei de outrem. Assim como meus mais de 30 carros.

Existem dois tipos de homens: os que fazem e os que tomam

A vida, em sua crueza diária, costuma separar os homens em duas categorias simples, porém definitivas: os que fazem e os que tomam. Não se trata de força física, de bravatas vazias ou de discursos inflamados. Trata-se de postura diante do mundo.

Os que fazem constroem. Erram, acertam, caem e levantam, mas deixam marcas reais por onde passam. São homens de ação, não de pose. Não terceirizam responsabilidades, não vivem à sombra de justificativas convenientes. Quando algo precisa ser feito, fazem. Quando falham, assumem. O verbo que os define é ativo, nunca reflexivo.

Já os que tomam vivem da apropriação. Tomam ideias alheias, tomam méritos que não construíram, tomam decisões que outros sustentam, tomam espaços pela esperteza — nunca pelo esforço. São especialistas em colher frutos de árvores que não plantaram. Habitam o território confortável do discurso, da narrativa bem ensaiada, do oportunismo travestido de estratégia.

Enquanto os que fazem movem o mundo, os que tomam vivem de explorá-lo. Uns carregam o peso do processo; outros apenas aparecem na fotografia final. Uns enfrentam o desgaste do caminho; outros surgem no aplauso, como se sempre tivessem estado ali.

Essa divisão não se dá apenas no campo individual, mas se escancara na política, nas instituições, nas relações de poder. Os que fazem incomodam, porque expõem a inutilidade dos que apenas tomam. Já os que tomam se protegem em grupo, criam narrativas, fabricam versões e atacam quem insiste em agir.

No fim, o tempo é implacável. Ele costuma ser gentil com os que fazem e cruel com os que tomam. Porque fazer deixa legado. Tomar deixa rastro — e rastro, mais cedo ou mais tarde, leva ao encontro da verdade.

A história nunca foi escrita por quem apenas tomou. Ela é, sempre foi e sempre será obra dos que fizeram.

Creditos: Professor Raul Rodrigues