Vídeo de Zóio de Gato com PCC viraliza e choca
22/12/2025, 12:09:07Gravação feita na porta de uma balada circulou em grupos de WhatsApp da facção e antecedeu ameaça de morte
Um vídeo gravado dias antes da morte de Roberto Hipólito Rutkauskas, conhecido como Zóio de Gato, que registra uma discussão com integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) na porta de uma balada em Guarulhos, na Grande São Paulo, viralizou horas após o episódio em grupos de WhatsApp ligados à facção.O episódio ocorreu na madrugada de 03 de setembro de 2023, após Roberto se envolver em uma discussão com dois homens no Armazém Maya Gastro Bar. Segundo o relato da mulher, os homens abordaram Roberto inicialmente dentro do estabelecimento, questionando se ele era conhecido pelo apelido que circulava entre policiais e criminosos. Após negar, ele foi conduzido até a área externa.
Na calçada, um dos homens passou a filmar Roberto com o celular apontado diretamente para o rosto dele, registrando expressões negativas e de medo. O vídeo tem cerca de 40 segundos e não mostra agressão física. Nos segundos finais da gravação, Roberto afirma: "Aqui é contra o Primeiro! Aqui é contra o Primeiro!", em referência ao PCC.
Em seguida, o homem que grava responde com ameaças diretas: "Você vai morrer, Jão! Você vai ver o que vou fazer com o seu sangue, seu inseto! Vou tomar o seu sangue!"
Horas depois, o vídeo passou a circular como um troféu em grupos de WhatsApp ligados ao PCC. A gravação não foi tratada como um simples registro de desentendimento, mas como material destinado à chamada "Sintonia", instância de liderança da facção, para formalizar a ocorrência. Segundo relato, o vídeo funcionou como uma espécie de prova interna, indicando que Roberto teria violado regras do submundo criminal ao se expor publicamente e confrontar membros da facção.
Após retornar à mesa, Roberto demonstrou forte abalo emocional, fez uma ligação telefônica para uma pessoa não identificada e informou à mulher que não poderiam voltar para casa naquela noite e se hospedaram em um hotel. Nos dias seguintes, segundo relato da companheira, Roberto passou a alternar estadias entre a residência e hotéis, demonstrando medo constante e receio de estar sendo seguido.
Roberto foi morto 13 dias depois da gravação e da circulação do vídeo nos grupos do PCC. A execução aconteceu após uma perseguição na Rodovia Presidente Dutra, quando ele foi abordado por integrantes da facção, retirado do carro em que estava com a família e levado para outro veículo.