Premiê alemão não se desculpa sobre declaração sobre Belém

Controvérsia em torno de declarações do chanceler alemão

O chanceler federal da Alemanha, Friedrich Merz, não pretende se desculpar por sua declaração controversa a respeito de Belém e não acredita que isso prejudique as relações entre a Alemanha e o Brasil. Essa informação foi divulgada pelo porta-voz do governo alemão, Stefan Kornelius, que contestou, em uma coletiva de imprensa realizada em Berlim, a interpretação de que Merz teria expressado algum "desagrado" ou mesmo "repulsa" pela cidade brasileira.

Após uma viagem à capital do Pará, o líder alemão provocou polêmica ao comentar que os jornalistas alemães que o acompanhavam na COP30 "ficaram contentes" ao deixar Belém e retornar para a Alemanha.

Impressão positiva sobre o Brasil

Kornelius declarou que a impressão de Merz sobre sua visita foi "muito positiva" e afirmou que "não há dúvida de que o Brasil é nosso parceiro mais importante em termos geoestratégicos e econômicos na América do Sul". Ele ainda acrescentou que a declaração de Merz foi mal interpretada e que a frase está sendo "apresentada de forma incriminatória". Kornelius esclareceu que a fala do chanceler referia-se ao desejo da delegação de retornar para casa após um desgaste de viagem.

Além disso, enfatizou que Merz tinha grande respeito por outros países, inclusive o Brasil, que segundo ele, "certamente também está entre os países mais bonitos do mundo".

Repercussão e respostas de líderes brasileiros

Quando questionado sobre um possível pedido de desculpas por parte de Merz ou se ele via algum dano nas relações bilaterais, Kornelius foi categórico: "Não, duas vezes".

No contexto de sua visita ao Brasil, na quinta-feira passada, Merz também fez um paralelo com a Alemanha durante um discurso no Congresso Alemão do Comércio. No entanto, suas palavras geraram reações negativas tanto no Brasil quanto entre políticos alemães. O prefeito de Belém, Igor Normando (MDB), classificou as declarações de Merz como "infelizes, arrogantes e preconceituosas". Durante uma inauguração de uma ponte em Tocantins, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a fala do líder alemão, sugerindo que Merz deveria ter explorado mais a cultura e as belezas do Pará durante sua visita, destacando que "Berlim não oferece 10% da qualidade" do que Belém tem a oferecer.