Eduardo Bolsonaro ironiza denúncia e se declara orgulhoso
18/11/2025, 16:05:16O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ironizou a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que o tornou réu pelo crime de coação. Na última semana, a Primeira Turma do STF decidiu, por unanimidade, receber a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o deputado por obstrução no processo da trama golpista. A PGR acusa Eduardo Bolsonaro, juntamente com o blogueiro Paulo Figueiredo, de atuar, nos Estados Unidos, para intimidar autoridades que investigam, processam e julgam seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Ser chamado de réu num país onde esta mesma Suprema Corte, que me processa, solta bandidos, é motivo de orgulho", disse nesta segunda-feira (17) em publicação no X, sem mencionar nomes. E acrescentou: "E os que celebram esta notícia são pobres de espírito, frutos de sua própria ignorância. Que Deus tenha piedade".
A denúncia contra Eduardo Bolsonaro foi aceita pela Primeira Turma do STF por unanimidade, com votos do ministro Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia. Logo após a decisão da Corte, o filho de Jair Bolsonaro foi às redes sociais criticar o ministro Alexandre de Moraes, relator, pelo voto a favor da ação penal. "Moraes vota para me tornar réu. Outros candidatos anti-establishment, como o próprio Jair Bolsonaro, e favoritos ao Senado sofrerão a mesma perseguição. É o sistema se reinventando para sobreviver. Tudo que sei é via imprensa, já que jamais fui citado. Por que Moraes não usa os canais oficiais com os EUA?", escreveu.
O processo a defesa de Eduardo Bolsonaro é feita pela Defensoria Pública da União (DPU). Durante a investigação, Moraes determinou a notificação do deputado, mas ele não constituiu advogado nem apresentou defesa. No fim de outubro, a DPU pediu a rejeição da denúncia, argumentando que o deputado não é autor das sanções e que suas manifestações são “exercício legítimo da liberdade de expressão e do mandato parlamentar”. A partir de agora, após decisão do STF, será aberta ação penal, o parlamentar será julgado e poderá ser condenado.
Durante a instrução do processo, o deputado poderá indicar testemunhas, apresentar provas de inocência e pedir diligências específicas que sejam interessantes para sua defesa. Em março deste ano, Eduardo Bolsonaro pediu licença do mandato por 120 dias e foi morar nos Estados Unidos com a família, sob a alegação de perseguição política. Desde dia 20 de julho, quando a licença terminou, o deputado não comparece às sessões e poderá ser cassado por faltas.