Coronel da reserva provoca repúdio sobre imprensa em Alagoas

Declarações de coronel geram controvérsia

O coronel da reserva do Exército, Márcio Saldanha Walker, insinuou que o trabalho da imprensa alagoana estaria associado à "narcocultura". Durante um evento da Secretaria de Segurança Pública (SSP) de Alagoas, ele classificou reportagens como "propagandas a favor do crime" e uma "ameaça" à instituição policial.

Reações de entidades e governo

Essas declarações provocaram um forte repúdio de entidades de classe e do próprio Governo de Alagoas. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Alagoas (Sindjornal) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) emitiram nota de repúdio.

As Secretarias de Estado da Comunicação (Secom) e de Segurança Pública (SSP) também lamentaram a declaração de Walker, ressaltando que suas palavras "não representam — em nenhuma circunstância — a posição do Governo de Alagoas". O Governo reafirmou seu compromisso com a defesa da liberdade de imprensa e o respeito ao trabalho jornalístico.

Ameaças à liberdade de imprensa

Walker sugeriu que seria necessário "chamar o repórter" para uma inquisição ou "explorar a vida" dos jornalistas alagoanos, afirmando que a inteligência da SSP realizaria esse trabalho. Essa postura foi considerada uma "grave ameaça ao estado democrático de direito" e um flerta com a volta da ditadura.

O Sindjornal também repudiou a criação de dossiês para investigar a vida pessoal dos jornalistas, alertando para os riscos à vida desses profissionais e de seus familiares.

Conselho do governo

As secretarias lamentaram o teor das declarações e manifestaram reconhecimento ao trabalho sério de toda a imprensa alagoana, cujo papel é decisivo para garantir informação de qualidade e fortalecer a democracia.