Protesto indígena na COP30 pede diálogo com Lula

Protesto indígena na COP30 pede diálogo com Lula

Protesto em frente à COP30

Na manhã desta sexta-feira (14), indígenas Munduruku realizam protesto em frente à entrada da Blue Zone da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), em Belém (PA). O grupo exige uma reunião emergencial com o presidente Lula (PT) e tem como principal alvo a revogação do Decreto 12.600/2025, que instituiu o Plano Nacional de Hidrovias. Além disso, o povo Munduruku denuncia que o Governo Federal está avançando com projetos que ameaçam diretamente o território.

Reivindicações do Povo Munduruku

“Esse decreto [12.600/2025] ameaça exterminar nosso modo de vida, porque transforma o rio em estrada de soja. Presidente Lula, o senhor precisa ouvir o nosso povo antes de decidir sobre nosso futuro”, ressalta uma liderança do movimento. Ainda segundo a liderança, as decisões tomadas pelo Governo Federal são unilaterais e aponta que não houve escuta.

“Tudo isso acontece sem o Estado nos ouvir. Querem destruir o fundo do rio, querem explodir nossos pedrais sagrados, querem lotar o Tapajós de barcaças para levar soja para fora do Brasil”, aponta.

Ameaças da Ferrogrão

Entre as demais reivindicações do grupo está o cancelamento definitivo da Ferrogrão. Para o povo Munduruku, o projeto significa uma ameaça às aldeias, pela proximidade dos portos, como também risco de explosão de pedrais sagrados. Ademais, os manifestantes apontam que a Ferrogrão pode aumentar os conflitos fundiários e contribuir para a contaminação da água e peixes do local pelo uso de agrotóxico.

“Presidente Lula, estamos aqui na frente da COP30 porque queremos que o senhor nos escute. Não aceitamos ser sacrificados para o agronegócio. Revogue o Decreto. Cancele a Ferrogrão. Demarque as nossas terras. Quem protege o clima somos nós, e a Amazônia não pode continuar sendo destruída para enriquecer grandes empresas”, finaliza a liderança.