Após 50 anos, pavimentação da Praça Alberto Menezes finalmente sai do papel
17/11/2025, 20:04:06Do esquecimento à execução: um projeto que revela mais que obras, expõe prioridades
Depois de quase cinquenta longos anos de espera, promessas, reuniões, adiamentos silenciosos e manchetes que nunca ultrapassavam a fase da intenção, a pavimentação da Praça Alberto Menezes finalmente começa a sair do papel. Uma obra simples no desenho, necessária no impacto e emblemática no contexto. Em Penedo, projetos assim dizem muito mais sobre prioridades do que sobre concreto.
A Praça Alberto Menezes, espaço de convivência e memória, virou símbolo involuntário de como a burocracia, a falta de coordenação e a

lentidão administrativa conseguem transformar um serviço básico em uma novela de quatro décadas. Enquanto outros investimentos chegavam a ritmo acelerado — alguns, curiosamente, com apelos eleitorais evidentes — o pequeno trapézio de chão irregular seguia intocado, como se fosse invisível.
Mas eis que, às portas de novos ciclos políticos, a pavimentação avança. E como acontece frequentemente, a obra que antes não tinha urgência se transforma, de repente, em conquista anunciada, como se o tempo não tivesse cobrado seu preço. De 1976 de Raimundo Marinho ao último gestor 2020, passando por 04 anos de RL que resolveu asfaltar ao invés de pavimentar com cimento.
A população, no entanto, lembra bem. Lembra das crianças tropeçando, dos idosos desviando dos buracos, dos feirantes improvisando caminhos, dos comerciantes reclamando da poeira e da falta de cuidado. Lembra do uso eleitoral que tentaram dar à promessa — e do esquecimento que veio logo após.
Agora, com máquinas, brita e operários enfim no local, fica uma lição que deveria ecoar pelos gabinetes: uma cidade não se constrói com anúncios, mas com gestão. E gestão não é falar, é fazer. Não é prometer, é entregar. Não é lembrar da praça quando convém, mas cuidar dela todos os dias, independentemente do calendário político.
A pavimentação asfáltica da Praça Alberto Menezes não é apenas obra. É um retrato do que Penedo é capaz de fazer — e do que não deveria mais demorar tanto a fazer. Se servir de aprendizado, o atraso não deverá ser perdoado, por não ser só mais um capítulo de promessas ressuscitadas perto da eleição. Será lembrado como mais um exemplo da velha prática de outrora de adiar o óbvio.
No fim, o que a população realmente espera é simples: que depois dessa, nenhuma outra obra básica precise esperar quatro décadas para acontecer.