Defesas de réus do núcleo militar negam plano de assassinato
15/11/2025, 11:55:27Entenda o Caso
As defesas de mais quatro réus do chamado núcleo militar da trama golpista negaram à Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) que tenham participado do plano de assassinato do ministro Alexandre de Moraes e do presidente Lula (PT). O julgamento começou na última terça-feira (11) e, na próxima semana, os ministros devem expor seus votos.
A maioria dos denunciados pela PGR nesse núcleo é composta por oficiais do Exército com formação em forças especiais, conhecidos como "kids pretos". O primeiro a se manifestar nesta quarta-feira foi Jeffrey Chiquini, advogado do tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo, único réu a acompanhar pessoalmente as sessões de julgamento. Ele está preso há 11 meses, acusado de fazer parte de uma operação clandestina para o assassinato de Moraes, que ocorreria em Brasília, em 15 de dezembro de 2022. A Polícia Federal diz ter identificado dois dos seis integrantes do grupo que teria atuado nesse plano.
Defesa do Tenente-Coronel
Azevedo, que utilizaria o codinome Brasil, é apontado como um dos envolvidos. Documentos apresentados pela defesa mostram que ele trabalhou em Goiânia na manhã e tarde de 15 de dezembro. A principal prova contra ele é que um dos celulares utilizados no plano contra Moraes foi ativado duas semanas após a operação fracassada. "Ele colocou o chip em um celular que teria sido utilizado 14 dias depois do fato. Há algo mais contra ele? Não", questionou Chiquini. A defesa argumenta que a prova apresentada é fraca e não comprova o envolvimento de Azevedo.
Outras Defesas Apresentadas
O tenente-coronel Ronald Ferreira de Araujo Junior, defendido por Lissandro Sampaio e João Carlos Dalmagro Junior, teve sua acusação rebaixada pela PGR, que sugeriu que ele respondesse apenas por incitação ao crime, sem participar diretamente do plano golpista. A defesa argumenta que ele nunca foi um "kid preto" e não teve participação nos eventos denunciados.
Por outro lado, a defesa de Wladimir Matos Soares, um policial federal, argumentou que ele estava isolado dos demais réus e que não há individualização das condutas, reforçando que ele não tinha anta de ser um "kid preto". Apesar da acusação, sua conexão com os outros envolvidos seria inexistente.
Condição do Julgamento
Ao final das sustentações orais, Flávio Dino, presidente da Primeira Turma, enfatizou a importância do respeito mútua entre a advocacia e a corte. "O tribunal é destinatário também de respeito, e isso vale tanto para esta tribuna como para a advocacia", afirmou.