A EMBARCAÇÃO Luzitânia

A Luzitânia é a última Canoa de Tolda original da SÍMBOLO DO VELHO CHICO, CANOA DE TOLDA LUZITÂNIA É RESGATADA EM AL, desta feita em Penedo com apoio da Universidade Federal de Alagoas.

A EMBARCAÇÃO Luzitânia

A Luzitânia, última canoa de tolda preservada no Brasil e símbolo vivo do Velho Chico, foi finalmente resgatada. A embarcação, remanescente

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 do período do Brasil Colônia, estava parcialmente submersa após o aumento repentino da vazão do Rio São Francisco. Dados de 18/03/2022.

A canoa, tombada em 2012 como patrimônio histórico nacional pelo Iphan, havia permanecido encalhada em Pão de Açúcar, no Alto Sertão de Alagoas. Após longas negociações para sua aquisição, passou por uma intensa reforma conduzida por artesãos tradicionais da região.

O acidente que a deixou submersa aconteceu em 24 de janeiro de 2012, quando a vazão do São Francisco atingiu 4.000 m³/s — o maior volume registrado em 13 anos.

A canoa de tolda é uma herança da colonização holandesa no Nordeste, recebendo esse nome por causa da cobertura de madeira que

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 protege parte do convés. Tornou-se um dos grandes símbolos do Rio São Francisco, assim como o mandacaru é símbolo do Sertão.

Essas canoas tiveram enorme importância econômica para o Alto e Baixo São Francisco, transportando mercadorias ao longo da hidrovia entre Penedo e o Sertão. Elas levavam ao interior produtos vindos do Norte e do Sul do país e traziam do Sertão cargas como paralelepípedos usados na pavimentação das ruas entre Belo Monte e Neópolis, além de queijo, ovos, animais e outros bens produzidos nas cidades ribeirinhas entre Piranhas e Penedo. Fotografia de 1998. 

A canoa de tolda também fazia parte das grandes festas dedicadas ao Bom Jesus dos Navegantes, navegando por cidades como Neópolis, Penedo, Propriá, Gararu, Traipu e Pão de Açúcar — conduzindo romeiros que prestavam devoção ao santo padroeiro dos pescadores.

Trazer a canoa de tolda Luzitânia para Penedo é resgatar parte fundamental da nossa história, que poderia estar sendo contada ao lado do não menos famoso navio Comendador Peixoto.

Creditos: Professor Raul Rodrigues