Os sempre presentes escândalos sexuais envolvendo presidentes dos EUA
13/11/2025, 09:22:13Da Casa Branca ao tablóide, a moral americana sempre foi seletiva quando o assunto é poder e desejo.
Os Estados Unidos, autoproclamados guardiões da moral e dos bons costumes, vivem há mais de dois séculos tentando conciliar a santidade pública de seus líderes com as tentações privadas do poder. A história mostra, porém, que os escândalos sexuais na Casa Branca são tão recorrentes quanto as eleições — e, muitas vezes, mais comentados que as políticas de governo.
Desde os tempos de Thomas Jefferson, acusado de manter relações com a escravizada Sally Hemings, até Bill Clinton e o famoso caso com Monica Lewinsky, a mistura entre política e prazer é uma constante. O poder, afinal, sempre exerceu um fascínio quase inevitável — e a presidência dos Estados Unidos parece ser um palco onde o drama humano se repete com variações modernas de um mesmo enredo antigo.
John F. Kennedy, símbolo do carisma e da juventude dourada americana, transformou-se em ícone não apenas pela retórica inspiradora, mas também pelos rumores de romances extraconjugais — o mais célebre deles com Marilyn Monroe. Décadas depois, Clinton reviveria o mito do presidente sedutor, mas com consequências mais graves: o escândalo com Lewinsky quase lhe custou o cargo e revelou ao mundo o apetite da mídia por transformar moral em espetáculo.
Já Donald Trump, antes mesmo de assumir o poder, carregava um prontuário público de acusações, gravações e acordos de silêncio. E, no entanto, foi eleito. O que mostra que, na América moderna, o pecado sexual deixou de ser um impeditivo político — desde que o eleitorado se identifique com o “pecador”.
Curiosamente, a sociedade americana continua a se dividir entre o puritanismo que condena e a curiosidade que consome. O escândalo é moralizado no discurso e monetizado na prática. Há sempre uma imprensa pronta a vender a história e uma opinião pública ansiosa para julgar — mas também para perdoar, se o infrator for carismático o suficiente.
Esses episódios revelam mais sobre a alma americana do que sobre a fraqueza de seus líderes. Mostram que o poder não é apenas um exercício de autoridade, mas também um espelho das paixões humanas. No fundo, os escândalos sexuais envolvendo presidentes dos Estados Unidos são apenas a versão institucional de um velho paradoxo: o homem que promete o céu, mas tropeça na terra.