Direitos Humanos; quem antes debochava, hoje corre para os braços

Bolsonaro se vê diante de um espelho de suas próprias palavras ao apelar, em um momento de vulnerabilidade, para os direitos humanos que tanto desdenhou durante seu mandato.

Direitos Humanos; quem antes debochava, hoje corre para os braços

A lei do retorno, princípio que sugere que nossas ações e energias retornam para nós, seja de forma positiva ou negativa, tem se mostrado uma constante na política brasileira. Esse conceito, que na física se relaciona à terceira Lei de Newton — onde toda ação gera uma reação igual e oposta — ganha relevância ao analisarmos a trajetória de figuras públicas, especialmente quando suas posturas extremas colidem com as consequências de suas ações.

Um exemplo marcante é o de Bolsonaro, considerado o pior presidente da República desde a redemocratização. Essa análise não se baseia apenas em opiniões, mas em uma série de decisões e declarações que moldaram sua imagem política. Durante seu governo, Bolsonaro defendeu fervorosamente a ideia de que "bandido bom é bandido morto", desdenhando dos direitos humanos e promovendo uma agenda que frequentemente ignorava a dignidade e os direitos fundamentais do cidadão.

Hoje, Bolsonaro se encontra em uma situação paradoxal. Depois de uma série de escândalos, idas e vindas e um discurso que muitas vezes beirou o absurdo, ele recorre agora aos direitos humanos em uma tentativa de se proteger de condenações. É um movimento que soa hipócrita, especialmente para aqueles que acompanhavam sua trajetória e suas declarações desdenhosas. A imagem do "capitão" segurando um cartaz com a frase "direitos humanos, esterco da vagabundagem" tornou-se um símbolo do desprezo que ele demonstrou por esses princípios.

Agora, ao clamar por justiça e direitos humanos, Bolsonaro está diante da reação de suas próprias ações. O político, que uma vez se mostrou tão valente em suas convicções, agora aparece de forma covarde, pedindo clemência em um sistema que ele mesmo ajudou a desacreditar. Esse fenômeno não apenas reflete a lei do retorno em sua forma mais crua, mas também serve como um alerta sobre a importância da responsabilidade nas palavras e ações de líderes políticos.

Creditos: Professor Fábio Andrey