Braskem celebra acordo de R$ 1,2 bi com Alagoas
13/11/2025, 05:00:09Braskem e o acordo com Alagoas
A petroquímica Braskem anunciou um acordo de R$ 1,2 bilhão com o governo de Alagoas devido aos danos ambientais e ao afundamento do solo causados por suas atividades de extração de sal-gema em Maceió. Segundo a empresa, R$ 139 milhões já foram pagos e o restante será quitado em 10 parcelas anuais, com valores variáveis até 2030.
Esse montante contrabalança a ação judicial que o governo de Alagoas havia movido contra a Braskem, embora o acordo ainda dependa de homologação judicial.
“O acerto representa um significativo e importante avanço para a companhia em relação aos impactos decorrentes do evento geológico em Alagoas”, afirmou a Braskem em nota.
Críticas ao acordo
Por outro lado, a coordenadora estadual do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), Neirevane Nunes, criticou a condução do acordo, alegando que ele transforma o desastre em um "grande investimento" para o governo. "Vejam o que o maior crime socioambiental em área urbana no mundo se tornou, um grande investimento. Dinheiro injetado na máquina do estado em um momento estratégico próximo às eleições", declarou Nunes.
Ela ainda destacou que o acordo falha em garantir justiça às famílias mais afetadas. "Não há reparação para quem sofreu e sofre na pele todos os dias os impactos dessa mineração criminosa, como os moradores dos Flexais e Bom Parto", completou.
O impacto do desastre
O movimento MAM também discorda da classificação de "evento geológico" utilizada pelo governo e pela mineradora, considerando o episódio como o maior crime socioambiental em área urbana. Em 2019, a Braskem já havia anunciado o fechamento definitivo das minas e iniciou um processo de estabilização das 35 cavidades subterrâneas, criando um programa de compensação financeira para indenizar moradores, embora muitos ainda contestem os valores na Justiça.
Recentemente, em 2023, novos tremores e alertas da Defesa Civil foram registrados, e parte da mina 18 cedeu sob a Lagoa Mundaú, localizada no bairro do Mutange.
Até a publicação desta reportagem, o governo de Alagoas não havia retornado aos nossos questionamentos.