PT prioriza reeleição de Lula e candidatos no Nordeste

Introdução à Estratégia do PT

Com o foco na reeleição do presidente Lula, o PT adotou uma estratégia cautelosa para as eleições de 2026. Esta abordagem envolve a contenção de ansiedades internas e o adiamento de decisões cruciais sobre candidaturas a governos estaduais e ao Senado para o próximo ano.

Grupo de Trabalho Eleitoral

Recentemente, foi instalado o Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE), uma instância responsável por coordenar a estratégia nacional do partido para a disputa eleitoral de 2026. O deputado federal José Guimarães (PT-CE) liderará o grupo, que terá como missões principais: reeleger Lula, ampliar as bancadas do PT na Câmara e no Senado, e garantir palanques estaduais robustos com aliados. O enfoque será ampliar as negociações e suavizar as tensões nos estados, evitando ações que possam prejudicar a campanha nacional. “A prioridade é a reeleição do presidente Lula. Temos que construir candidaturas fortes no campo democrático contra essa parcela da direita que se organiza no Brasil, que tem uma definição ideológica inspirada no fascismo”, afirma Edinho Silva, presidente nacional do PT.

Estratégia nos Estados

José Guimarães enfatizou que a escolha das estratégias será adaptada conforme a realidade de cada estado, visando selecionar nomes capazes de barrar os candidatos alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O Nordeste é considerado vital para essa estratégia nacional, com o objetivo de eleger, em cada um dos nove estados, pelo menos um senador do PT e outro de um partido aliado. O partido ambiciona também assegurar a presença em todos os estados, com a eleição de ao menos um deputado federal por unidade da federação.

Pré-candidaturas em Andamento

Nos estados, os diretórios locais já sinalizam para candidaturas próprias ao governo e ao Senado, iniciando a pré-campanha nas ruas. Um levantamento apontou que o PT possui pré-candidatos a governador em pelo menos 11 estados, incluindo o Distrito Federal. Quatro nomes estão considerados garantidos nas urnas: os governadores Jerônimo Rodrigues (BA), Elmano de Freitas (CE) e Rafael Fonteles (PI), que aspiram à reeleição, além do secretário Cadu Xavier (RN), indicado para suceder a governadora petista Fátima Bezerra.

Cenários e Desafios

Jerônimo, Elmano e Rafael enfrentam adversidades significativas, principalmente devido a oposições organizadas e questões de segurança pública. Cadu Xavier, que se tornará conhecido como “Cadu de Lula”, apresenta um desafio extra por ser uma figura menos reconhecida. Em relação ao Rio Grande do Sul, o ex-deputado Edegar Pretto aparece em boa posição nas pesquisas, mas sua candidatura ainda é incerta, dado a necessidade de unidade entre os partidos de esquerda.

Suspensão das Prévias no DF

No Distrito Federal, o PT determinou a suspensão das prévias que estavam programadas para acontecer em novembro, entre o ex-deputado Geraldo Magela e Leandro Grass, atual chefe do Iphan. A orientação agora é que os diretórios locais evitem precocemente a definição sobre candidaturas.

Outros Candidatos ao Senado

Sobre as candidaturas ao Senado, cinco dos seis senadores cujo mandato se encerra em fevereiro de 2027 expressaram interesse em concorrer novamente. Enquanto isso, a possibilidade de Fátima Bezerra, governadora do Rio Grande do Norte, também se candidatar é considerada certa. As intenções em outros estados continuarão a depender das condições locais e de sua repercussão no cenário nacional.

Disputas Internas e Apostas Futuras

Na Bahia, a definição sobre a chapa para a reeleição do governador Jerônimo Rodrigues ficará para o próximo ano. “Não temos pressa, nossos aliados sabem disso”, afirma Adolpho Loyola, secretário estadual de Relações Institucionais. A aliança enfrenta tensões desde 2024, quando o ministro da Casa Civil, Rui Costa, manifestou o desejo de concorrer ao Senado. A disputa inclui nomes como o petista José Guimarães no Ceará, que pleiteia uma das vagas ao Senado, enquanto outros aliados buscam compor a chapa do governador Elmano de Freitas.

Ampliação de Alianças

Enquanto as candidaturas seguem indefinidas, o PT acelera tratativas para alianças com outras legendas. Recentemente, um apoio ao deputado estadual Requião Filho (PDT) na disputa pelo governo do Paraná foi formalizado. Alianças com partidos como PSD e MDB são consideradas prioritárias, com apoio aos candidatos Omar Aziz (PSD) no Amazonas, Renan Filho (MDB) em Alagoas e Hanna Ghassan (MDB) no Pará.