Cientistas revelam truque para vencer Pedra, Papel e Tesoura
10/11/2025, 05:17:20A estratégia serviria para ganhar várias rodadas do jogo
O velho jogo de pedra, papel e tesoura pode ser vencido com algumas artimanhas cerebrais, segundo cientistas. Os resultados do estudo foram publicados na revista Social Cognitive and Affective Neuroscience, de acordo com reportagem do site Science Alert.
Quais as dicas? No jogo, pedra vence (quebra) tesoura. A tesoura corta, vencendo, o papel, enquanto o papel supera a pedra, por envolvê-la. Durante a brincadeira, os participantes escolhem umas das opções, em um número determinado de rodadas, para definir quem ganha.
A primeira dica é não prestar atenção ao que aconteceu na rodada anterior. Os pesquisadores queiram descobrir como o cérebro toma decisões em um ambiente competitivo. E pediram para que pessoas jogassem 15 mil partidas, enquanto suas atividades cerebrais eram monitoradas. “Aqueles que eram influenciados pelas rodadas anteriores tendiam a perder com mais frequência”, afirma a reportagem do Alert.
Segundo o estudo, as pessoas têm dificuldade com ações aleatórias, e a observação enquanto jogavam permitiu diferenciar tendências e comportamentos quando tomam decisões durante uma competição.
Hiper escaneamento
O método usado para entender as decisões é chamado de hiper escaneamento, para registrar a atividade cerebral de duas ou mais pessoas enquanto interagiam. Foram verificadas simultaneamente a atividade cerebral de pares de jogadores em 480 rodadas de pedra, papel e tesoura, em um computador. Os pesquisadores descobriram que “os jogadores não eram bons em ser imprevisíveis ao decidir qual opção jogar em seguida. Embora a melhor estratégia seja a aleatoriedade, a maioria das pessoas apresentava uma clara tendência a jogar uma das opções com mais frequência”, diz o Alert.
Mais da metade dos jogadores optou em escolher pedra, seguida por papel. Tesoura foi a opção menos escolhida. Os jogadores evitaram repetir escolhas, preferindo uma opção diferente na rodada seguinte com mais frequência do que o esperado.
Decisões em tempo real
As opções do jogador sobre pedra, papel ou tesoura foram previstas a partir dos dados cerebrais, mesmo antes da resposta. Foram encontradas informações sobre a decisão que seria tomada e também do que aconteceu no jogo anterior. Segundo os estudiosos que participaram da pesquisa, ao tomar decisões, usamos informações sobre o que aconteceu antes para saber o que fazer em seguida. É como se a pessoa pensasse: “Se meu oponente jogou ‘pedra’, qual será a minha jogada?” Tentamos prever olhando para o passado.
Mas, importante ressaltar que “apenas os cérebros daqueles que perderam o jogo continham informações sobre o jogo anterior – os cérebros dos vencedores não. Isso significa que a dependência excessiva de resultados passados realmente prejudica a estratégia”, completa a reportagem.
A pesquisa destacou que cérebros não conseguem evitar a tentativa de prever o próximo passo, e confiamos em resultados passados para influenciar decisões. “Pedra, papel e tesoura serviu como um bom ponto de partida. Os próximos passos seriam aplicar nosso trabalho a contextos competitivos onde seja mais estratégico acompanhar as decisões anteriores”, informa o Alert.
O cérebro não é bom em fatos imprevisíveis, o que pode nos ajudar na cooperação. Mas em uma competição, isso pode prejudicar. “As pessoas que param de analisar excessivamente o passado podem ter uma chance maior de vencer no futuro”.