Bombeiros de Moita registram recorde de partos em ambulâncias

Bombeiros de Moita registram recorde de partos em ambulâncias

Bombeiros de Moita enfrentam nova realidade de partos em ambulâncias

Os bombeiros da cidade de Moita, em Portugal, têm se deparado com uma situação inesperada: realizar partos em ambulâncias. Neste ano, eles atenderam a 15 nascimentos, um feito sem precedentes na história do país. Este aumento nos partos deve-se ao fechamento frequente de urgências obstétricas em hospitais, forçando as futuras mães a depender dos serviços de emergência.

Desafios enfrentados pelos bombeiros

Hugo Rodrigues e Paulo Medina, membros do corpo de bombeiros voluntários de Moita, expressam preocupação com essa realidade. "A vida não espera", afirma Pedro Ferreira, o comandante do corpo de bombeiros. Embora celebre o sucesso das assistências, ele teme as consequências de partos que possam acabar mal. Para ele, o ideal seria que cada bebê nascesse em uma maternidade adequada.

Fechamento das maternidades em Portugal

A situação na assistência obstétrica se agravou com o fechamento de maternidades em Portugal. Dados locais indicam que a maternidade de Barreiro, a mais próxima de Moita, fecha com frequência, particularmente nos finais de semana. Em uma situação alarmante, o hospital de Almada anunciou o fechamento do seu bloco de partos a apenas algumas horas de antecedência, obrigando os bombeiros a atuarem como parteiras contra sua vontade.

Impacto da falta de médicos na saúde pública

O aumento dos partos em ambulâncias, que representa 22% dos partos fora de hospitais, ilustra a decadência do sistema de saúde pública em Portugal. Apesar das tentativas de reversão das reduções orçamentárias realizadas durante a crise financeira de anos anteriores, a escassez de profissionais e a deterioração dos serviços continuam a ser um desafio para gestores e para a população.

Experiências pessoais dos bombeiros

Cada parto assistido pelos bombeiros de Moita até agora teve um desfecho feliz. No entanto, as situações enfrentadas são frequentemente tensas. Uma das experiências mais desafiadoras envolveu uma parturiente que deu à luz em uma calçada, com risco à vida dela e do bebê. Os bombeiros agiram rapidamente para reverter uma parada cardiorrespiratória. Todos compartilham uma mistura de felicidade e preocupação com essa nova responsabilidade.

Uma nova realidade para os bombeiros

Paulo Medina, que assistiu ao nascimento de três bebês, vê um contraste emocional nas suas experiências. "É um momento de alegria, mas eu preferiria que essas situações não acontecessem", lamenta, ressaltando os grandes riscos envolvidos. Para ele, a realidade dos bombeiros de Moita reflete um problema maior no sistema de saúde português, onde muitos se encontram sem o acompanhamento médico necessário durante a gestação.