A Travessia do Tio Budy. Da Barra de São Miguel ao Peba. Vejam imagens
03/11/2025, 16:26:15Uma aventura marítima entre amigos, cervejas, mosquitos e lembranças inesquecíveis.
Há exatos onze anos, Otávio, Mário Jorge e Tuca – irmão de Mário Jorge – decidiram trazer o catamarã Tio Budy, da Barra de São Miguel para Penedo, e convidaram, naquela oportunidade, este redator e Rogélio para embarcar nessa grande aventura marítima. Em tom de desafio, tanto o narrador desta história quanto Rogélio aceitaram participar da travessia.
Fomos para a Barra de São Miguel na tarde do dia anterior à viagem, 30 de setembro de 2014, e iniciamos o desafio ainda naquela noite, relaxando com uma cervejinha. De repente, uma chuva fora de hora caiu repentinamente. Saímos do “alojamento” do catamarã, que não tinha cobertura alguma, e corremos para nos abrigar na marina.
Foi aí que começou outro tormento: os mosquitos fugitivos da mesma chuva. Nenhum tipo de repelente deu conta. O jeito foi mesmo abastecer nossos “tanques” com mais cerveja, até que Mário Jorge percebeu que as letras da latinha estavam enormes. Algo estranho com sua visão — e não era o álcool! Descobrimos que ele havia trocado os óculos com os do Tuca, que tinha um grau bem mais forte. Problema resolvido, mas a noite foi terrível.
Nas primeiras horas da manhã, zarpamos da Barra de São Miguel com destino a Penedo. O capitão Mário Jorge, em tom de provocação, dizia esperar que o mar se fizesse revolto, só para ver quem iria vomitar com o balanço da embarcação. Mas o mar estava calmo, e todos suportaram a viagem sem atropelos.
Em certo momento, só víamos o mar e o céu — nada mais. O sol e o ar de maresia nos deixaram com a pele ruborizada, o rosto bronzeado e o espírito livre. No entanto, não conseguimos chegar a Penedo naquele dia.
Paramos no Peba e seguimos para a casa do Tuca, onde os cachorros me fizeram passar vergonha subindo na mesa — nada que não se resolvesse depois. Tomamos mais umas cervejas e partimos para Penedo, onde fizemos escala no bar do Bocada para... mais cervejas, claro.
De lá, peguei uma carona e fui direto para casa, onde fui recebido como “O Náufrago”. Queimado de sol, cabelo duro pela água do mar, travesseiro e lençol debaixo do braço — uma imagem deplorável, quase uma réplica viva do personagem de Tom Hanks no filme O Náufrago. Até hoje minha família faz gozação com essa lembrança.
Mas, no fim das contas, a aventura valeu demais.
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