Afrouxamento da legislação de armas serviu para municiar o crime organizado

Natuza Nery revela no programa "O Assunto" como o aumento no número de armas permitidas durante o governo Bolsonaro alimentou o tráfico e a violência no Rio de Janeiro

Afrouxamento da legislação de armas serviu para municiar o crime organizado

No recente episódio de "O Assunto", da Globo News, a renomada jornalista Natuza Nery trouxe à luz uma questão alarmante relacionada ao arsenal encontrado na operação policial no Rio de Janeiro. Natuza destacou que a maioria dos fuzis apreendidos são de calibres 5.56 e 7.62, ambos autorizados para a posse civil durante o governo Bolsonaro. Entre 2019 e 2022, o Brasil registrou 1.354.751 novas armas, com um recorde de 553.379 em 2022, coincidentemente o ano eleitoral, onde a maioria estava nas mãos de colecionadores, atiradores e caçadores (CACs).

A reportagem também revelou que a Polícia Civil identificou a origem de munições utilizadas pelo Comando Vermelho (CV), com uma planilha indicando a compra de R$ 1,6 milhão em cartuchos por Eduardo Bazzana, um CAC e presidente de um clube de tiro em Americana/SP, que foi preso em maio deste ano. Em apenas 40 dias, Bazzana faturou cerca de R$ 40 mil por dia, vendendo carregadores e munições a intermediários do CV, evidenciando a relação direta entre a legalização da posse de armas e o crescimento do crime organizado.

Outro nome que surgiu na investigação foi o de TH Jóias, ex-deputado estadual preso em setembro, acusado de lavagem de dinheiro para o tráfico e de atuar na venda de armas e drogas para o CV. As conexões entre políticos, o comércio de armas e o crime organizado levantam questões sérias sobre a eficácia das políticas de segurança pública e a responsabilidade do governo em regular a posse de armamentos em um país marcado pela violência.

Particularmente, sempre afirmei que o governo Bolsonaro deixou várias feridas para o país, um legado tenebroso e vil que por muito tempo teremos que suportar, e um deles foi justamente a frouxidão da liberação de armas que serviu unicamente para municiar o crime organizado.

Creditos: Professor Fábio Andrey