Campanha de vacinação infantil ressurge das cinzas no Brasil
21/10/2025, 20:24:33Imunzar crianças é proteger vidas contra vírus destruídores da saúde dos indefesos com efeitos danosos para os adultos infectados por falta das vacinas
Em 2024, o Brasil viu um crescimento significativo na cobertura vacinal, um feito celebrado pelo Ministério da Saúde. De acordo com os dados divulgados, 15 das 16 vacinas do calendário infantil registraram aumento na aplicação, com a BCG crescendo 90%, a tríplice viral 95,6% e o reforço da poliomielite 95,5%. Esses números, que alcançaram a meta nacional, trazem um alívio em um cenário marcado por desafios de saúde pública.
No entanto, é crucial olhar além das estatísticas otimistas. Apesar do progresso, apenas essas três vacinas atingiram os índices considerados satisfatórios. Dados do UNICEF e da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que milhões de crianças ainda não possuem imunização completa, uma realidade que expõe as falhas de um governo que, por anos, teve uma postura negacionista em relação à vacinação.
O legado do ex-presidente Jair Bolsonaro no Programa Nacional de Imunização (PNI) é alarmante. Quando assumiu, o Brasil ostentava a segunda maior cobertura vacinal do mundo, superado apenas pela China. No entanto, ao final de seu mandato, o país enfrentava a pior taxa de vacinação da América Latina. A gestão Bolsonaro não apenas desmantelou um esforço de décadas, mas também cortou gastos em campanhas de incentivo à vacinação, o que contribuiu para a reemergência de doenças já erradicadas, como a poliomielite, que voltou a ameaçar a saúde infantil durante seu governo.
Esse cenário evidencia a importância de uma abordagem contínua e comprometida com a vacinação, que vai além de números isolados. O crescimento na cobertura vacinal é um passo positivo, mas não deve encobrir a urgência de garantir que todas as crianças do Brasil tenham acesso completo às vacinas necessárias para sua proteção. Para que o Brasil recupere seu status de referência em imunização, é fundamental que políticas públicas eficazes e um compromisso com a saúde pública sejam priorizados.