A fatalidade das mortes em hospitais. Hospital não garante vida, apenas oferece chances

Ninguém deseja a morte de um ente querido. Mas ninguém que esteja vivo nunca perdeu um ente querido. E quem deseja?

A fatalidade das mortes em hospitais. Hospital não garante vida, apenas oferece chances

Quando a morte ocorre dentro de um hospital, o impacto social costuma ser maior. Afinal, a visão coletiva associa o ambiente hospitalar à salvação, à cura, ao prolongamento da vida. Porém, é necessário compreender uma verdade muitas vezes dura: hospital não é sinônimo de eternidade, mas sim de possibilidade.

A medicina avança a passos largos, com tecnologias modernas, especialistas cada vez mais preparados e estruturas que antes pareciam inimagináveis. Entretanto, nem sempre isso é suficiente. A vida humana é frágil e limitada, e a ciência, apesar de poderosa, tem fronteiras que não pode ultrapassar. O hospital pode oferecer recursos, mas não pode garantir o desfecho.

Muitos familiares, ao receberem a notícia de um falecimento, sentem-se enganados pela instituição: “Como morreu, se estava no hospital?”. Essa indagação revela o quanto ainda se cria a expectativa de que o ambiente hospitalar seja infalível. Mas a realidade é que, em muitos casos, o hospital apenas oferece dignidade, conforto e, quando possível, uma chance a mais.

Há situações em que a fatalidade é inevitável. O hospital, nesse sentido, torna-se um espaço de luta: médicos, enfermeiros e profissionais se dedicam ao máximo para reverter o quadro, mas a natureza humana, com suas fragilidades, muitas vezes se impõe.

É preciso, portanto, ressignificar o olhar sobre a morte hospitalar. Em vez de ver no hospital um “salvador absoluto”, compreendê-lo como um instrumento: ele não prolonga vidas por vontade própria, mas por meio de técnicas e limites que a própria medicina reconhece. A morte, ainda que dolorosa, é parte do ciclo da existência, e nem sempre o ambiente mais preparado consegue revertê-la.

Assim, o hospital deve ser visto como um espaço de esperança, mas nunca como uma promessa de imortalidade. A verdadeira consciência coletiva precisa aprender a conviver com a ideia de que a vida é um sopro, e que, em última instância, nenhuma estrutura humana pode evitar a lei natural da morte.

Se hpositais garantissem vida, as maiores autoridades do mundo não morreriam nunca, os ídolos eternos também, e nossos entes queridos,  jamais, em tempo algum. Para a morte, somos todos iguais. Quem tende a morrer no maior hospital do mundo, pode morrer na Santa Casa de Penedo

Creditos: Professor Raul Rodrigues