Os desafios de uma eleição para deputado estadual em Alagoas em 2026

Artigo é diante da atual situação das vagas para a ALE

Os desafios de uma eleição para deputado estadual em Alagoas em 2026

Redução significativa de vagas

A Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE-AL) poderá ter sua bancada reduzida de 27 para 24 deputados estaduais, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal e com possível implementação pelo Congresso ou pelo Tribunal Superior Eleitoral. Essa redução tornará a competição por cada vaga muito mais acirrada, exigindo que os candidatos acumulem maior desempenho eleitoral e consigam destaque nas chapas.

Concentração de poder e restrição de chapas

A projeção do deputado Rafael Brito (MDB) indica que, com menos vagas, apenas quatro ou cinco partidos terão fôlego para organizar chapas competitivas, centralizando ainda mais a disputa nos grandes partidos. Por sua vez, o PT articula a formação de um chapão proporcional, unindo lideranças como Ronaldo Medeiros, Lucas Barbosa e Júlio Cezar, elevando a exigência mínima de votos para cerca de 30 mil.

Articulação e “chapões” como estratégia dominante

Além do PT, outros partidos e grupos políticos estão se organizando em “chapões”. Um exemplo é o PDT, que reúne suplentes liderados por Léo Loureiro, visando lançar uma chapa sólida desde janeiro para resistir às pressões pré-eleitorais. Essas formações coletivas respondem à necessidade de concentrar recursos e votos num contexto mais competitivo.

Influência de grupos políticos regionais e familiares

A eleição de 2026 em Arapiraca — segundo maior colégio eleitoral do estado — será decisiva. O vereador Rogério Nezinho (MDB) tentará deputado federal em dobradinha com o irmão Ricardo Nezinho (atural deputado estadual), e outros nomes como Breno Albuquerque (que busca renovar mandato), Thiago ML (União Brasil) e Alfredo Gaspar também estão em campo. Esses embates regionais refletem a dinâmica de lealdade partidária, alianças familiares e influência sobre bases eleitorais locais.

Fortalecimento de alianças partidárias estaduais

Movimentos como a filiação de Luciano Amaral ao PSD, com apoio de figuras como Renan Calheiros e Paulo Dantas, indicam a criação de alianças estratégicas entre PSD, MDB e outros partidos para fortalecer posições eleitorais. Esse tipo de arranjo contribuirá para consolidar chapas com maior acesso à estrutura e recursos.

Simultaneidade com eleições majoritárias

A disputa para a ALE-AL acontecerá em conjunto com eleições majoritárias — para governador, Senado e outros cargos — o que tende a reforçar o “efeito coattail”, em que candidatos proporcionais se beneficiam (ou são prejudicados) pelo desempenho de candidatos majoritários. Arapiraca, por exemplo, assume destaque estratégico na disputa pelo governo do estado, que atualmente mostra empate técnico entre João Henrique Caldas (PL) e Renan Filho (MDB).

Nos finalmentes

A eleição para deputado estadual em Alagoas em 2026 será marcada por competitividade exacerbada, essencialmente pela combinação de redução de vacâncias, centralização política e articulações estruturadas. Neste cenário, candidaturas sólidas dependem de alianças bem construídas, forte suporte institucional e identidade local bem definida.

Creditos: Professor Raul Rodrigues