Passageiros desmaiam e avião faz pouso forçado na Itália
02/09/2025, 20:31:19Caos a bordo: o que aconteceu no voo da British Airways
Um voo da British Airways que saiu de Londres com destino a Sharm El Sheikh, no Egito, teve de realizar um pouso de emergência em Veneza, na Itália, depois que diversos passageiros e tripulantes começaram a passar mal durante o trajeto. Segundo relatos de quem estava a bordo e de veículos internacionais, o episódio transformou a viagem em uma experiência marcada por medo e confusão.
Relatos de passageiros
Entre os depoimentos mais contundentes está o de Melanie Wells, de 61 anos, que viajava com a filha de 19 anos. Ela descreveu a situação dentro da aeronave como extremamente desconfortável e repleta de sintomas que se espalharam rapidamente entre os ocupantes do voo. Wells contou que sentiu calor intenso e um mal-estar crescente, que culminou em dores de cabeça e náuseas.
Em suas palavras: "Foi definitivamente um voo do inferno". Ela também relatou: "Estava supersonicamente quente. Tive uma forte dor de cabeça e enjoo."
Sintomas e casos a bordo
De acordo com testemunhas, pouco mais de uma hora após a decolagem passageiros começaram a desmaiar. A cena ficou ainda mais dramática quando alguns membros da tripulação também passaram mal ao tentar prestar socorro. "Houve uma mãe que teve os olhos virados para trás, e o próprio comissário que cuidava dela acabou desmaiando também", descreveu uma passageira.
No total, seis pessoas foram registradas como doentes durante o voo. A hipótese levantada por autoridades e por relatos iniciais é de que a causa possa ter sido a inalação de vapores tóxicos, embora a origem exata do problema ainda não tenha sido confirmada pelas investigações oficiais.
Resposta das equipes de emergência em Veneza
Ao pousar em Veneza, a aeronave foi cercada por ambulâncias e caminhões de bombeiros. Equipes de resgate equipadas com trajes de proteção — conhecidos como hazmat — entraram na aeronave para socorrer os afetados. A visão dos profissionais usando máscaras e equipamentos de proteção chamou a atenção e aumentou a apreensão entre os passageiros: "No momento em que vi os socorristas entrando com máscaras e equipamentos de proteção, fiquei aterrorizada. Só pensava: será que todos nós respiramos gases tóxicos?", contou Melanie Wells.
Após atendimento em solo, o voo acabou permanecendo na Itália por cerca de oito horas até que fosse possível organizar o retorno a Londres e a continuidade da viagem. O atraso estendeu significativamente a duração total da jornada, que só chegou ao destino final no dia seguinte.
Posição da companhia aérea
A British Airways comentou o episódio em nota, afirmando que o desvio para Veneza ocorreu "como medida de precaução devido a um problema técnico". A empresa pediu desculpas aos clientes e informou que ofereceu compensações por transtornos, incluindo reembolso de voo cancelado e despesas com alimentação. Ainda assim, segundo relatos de passageiros, nem todas as solicitações de ressarcimento foram atendidas, gerando queixas formais.
Uma das reclamações apresentadas por Wells diz respeito ao não reembolso de US$ 667 correspondentes à primeira noite de hospedagem no Egito, valor que, segundo ela, não foi coberto pela companhia apesar das demais compensações oferecidas (cerca de US$ 3 mil que incluíam voo cancelado, refeições e transtornos).
Implicações de segurança e investigação
Incidentes em que passageiros e tripulação passam mal em pleno voo levantam questões importantes sobre protocolos de segurança, manutenção e qualidade do ar dentro das aeronaves. A suspeita de vapores tóxicos exige apuração cuidadosa, envolvendo autoridades de aviação civil, equipes de manutenção da companhia e, quando necessário, autoridades de saúde pública para determinar a origem do problema.
Em situações semelhantes no passado, as causas podem variar desde falhas técnicas em sistemas de ar condicionado e pressurização até vazamentos de substâncias transportadas no porão ou problemas em componentes do motor. Cada cenário demanda investigação técnica detalhada para evitar recorrências.
Como isso afeta os passageiros
Além do impacto imediato sobre a saúde e o bem-estar dos afetados, episódios como esse geram atrasos, perdas financeiras e transtornos que comprometem a experiência de viagem. Férias e compromissos podem ser arruinados, e a confiança na companhia aérea pode ser abalada.
Especialistas em aviação ressaltam a importância de registrar reclamações formais e conservar comprovantes de despesas para possibilitar reivindicações mais efetivas junto às empresas e, se necessário, às autoridades competentes.
Orientações para quem viaja
- Registre tudo: guarde recibos de gastos extras, bilhetes e comunicações com a companhia;
- Procure atendimento: se sentir mal, informe imediatamente a tripulação para receber suporte médico;
- Documente a situação: fotos, vídeos e testemunhos podem ser úteis em eventuais reclamações;
- Consulte autoridades: em caso de negativa de reembolso ou assistência, procure órgãos de defesa do consumidor ou autoridades de aviação civil.
Conclusão
O pouso forçado em Veneza expõe a complexidade e os riscos que podem surgir em voos de longa distância. Enquanto as investigações buscam esclarecer a origem do mal-estar a bordo, a experiência relatada pelos passageiros serve de alerta para viajantes e companhias quanto à necessidade de procedimentos claros e de respostas rápidas a emergências.
Se você já passou por situação semelhante ou tem dúvidas sobre direitos e procedimentos em casos de incidentes aéreos, deixe seu comentário e compartilhe sua experiência. Sua participação ajuda outros leitores a entender melhor como agir em situações de crise durante uma viagem.