Morre Edson Moreira, ícone do movimento negro em Alagoas

Morre Edson Moreira, ícone do movimento negro em Alagoas

Morre o professor Edson Moreira, referência no movimento negro

O historiador, professor e teólogo Edson Moreira faleceu aos 82 anos em Maceió. Reconhecido como uma das maiores referências do movimento negro em Alagoas, Moreira dedicou décadas à preservação da história afro-brasileira e à promoção da identidade cultural do povo negro no estado. A comunidade cultural e acadêmica local lamenta a perda de um defensor incansável da memória e da justiça social.

Trajetória de luta e cultura

Ao longo de sua vida, Edson se destacou por iniciativas que ampliaram o reconhecimento da herança africana na sociedade alagoana. Entre seus projetos mais relevantes está a idealização do monumento de Ganga Zumba, localizado na orla de Cruz das Almas, em Maceió. A obra celebra a memória do antigo líder do Quilombo dos Palmares e contribui para uma narrativa pública que valoriza figuras centrais da resistência negra no Brasil.

Além disso, Edson transformou sua residência em um espaço de memória e educação: o Casa-Museu Quilombo Real. O local passou a funcionar como ponto cultural voltado para a promoção da história afro-brasileira, reunindo artefatos, documentos e materiais que ajudam a contar a trajetória do povo negro em Alagoas e no país. O museu serviu não apenas como acervo, mas como polo de formação e debate para estudantes, pesquisadores e a comunidade em geral.

Contribuições para o reconhecimento do 20 de novembro

Uma das contribuições mais significativas de Edson Moreira foi sua atuação para consolidar o 20 de novembro como o Dia da Consciência Negra em Alagoas. A data, que remete à lembrança de líderes e mártires da resistência negra, passou a ter maior visibilidade graças ao trabalho de mobilização cultural e política conduzido por Edson. Sua atuação ajudou a institucionalizar celebrações e ações educativas que reforçam o conhecimento sobre a história afro-brasileira nas escolas e espaços públicos.

Legado acadêmico e cultural

Professor e pesquisador, Edson deixou acervos, publicações e registros que documentam sua dedicação ao estudo dos Palmares e da resistência negra. Seu trabalho acadêmico e público contribuiu para a construção de uma historiografia que coloca a experiência afro-brasileira no centro das discussões sobre identidade e memória. Muitos de seus textos e projetos são referência para estudantes e ativistas que seguem o caminho da preservação da história ancestral.

  • Monumento a Ganga Zumba como marca simbólica na orla de Maceió;
  • Casa-Museu Quilombo Real como espaço de memória e resistência;
  • Atuação na institucionalização do Dia da Consciência Negra em Alagoas;
  • Produção intelectual sobre a história dos Palmares e da população negra.

Despedida e homenagens

O velório de Edson Moreira será realizado no Campo Santo Parque das Flores, a partir das 11h, com sepultamento previsto para as 18h. Instituições culturais e representantes do movimento negro manifestaram solidariedade à família e destacaram a importância do legado deixado por Moreira.

Nota da Federação Municipal de Ação Cultural

É com profunda tristeza que a Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC), comunica o falecimento do professor Edson Moreira, conhecido por sua luta na preservação histórica ancestral negra em Alagoas.

Transformou sua casa no Casa-Museu Quilombo Real, para que a comunidade maceioense pudesse ter acesso à símbolos e artefatos que contam a história de luta do povo negro no Brasil.

Um guardião da cultura popular, cujo o legado permanecerá vivo.

Por que a memória importa

A morte de Edson Moreira nos lembra da importância de preservar espaços e memórias que contam histórias que muitas vezes foram marginalizadas. Seu trabalho mostra como a cultura e a educação podem ser instrumentos poderosos para afirmar identidades e combater o apagamento histórico. Projetos como o Casa-Museu Quilombo Real e monumentos públicos mantêm viva a narrativa de resistência que inspira novas gerações.

Como manter vivo o legado

Para que o trabalho de Edson não se perca, é essencial que instituições, pesquisadores e sociedade civil continuem apoiando iniciativas de preservação e difusão cultural. A participação em atividades educativas, visitas ao museu e ações de valorização da cultura afro-brasileira são formas concretas de honrar sua memória.

Conclusão

Edson Moreira deixa uma marca indelével na história cultural de Alagoas. Sua vida foi dedicada a preservar e fortalecer a identidade do povo negro por meio da pesquisa, do ensino e da criação de espaços de memória. Que sua trajetória seja lembrada como exemplo de compromisso com a verdade histórica e com a valorização cultural.

Participe: compartilhe este texto, visite espaços culturais locais e deixe nos comentários suas lembranças ou homenagens a Edson Moreira. Sua contribuição ajuda a manter viva a história e a fortalecer o movimento negro em Alagoas.