Deslizamento no Sudão apaga vila inteira e mata mil pessoas

Deslizamento no Sudão apaga vila inteira e mata mil pessoas

Desastre em Tarasin: uma vila "completamente nivelada ao chão"

Um deslizamento de terra arrasou a vila de Tarasin, na região de Darfur Central, no Sudão, deixando um rastro de destruição e um número de vítimas que já se aproxima de mil. A tragédia ocorreu após dias de chuvas intensas nas Montanhas Marrah, região conhecida por clima mais frio e precipitações superiores às áreas vizinhas.

Segundo o Movimento de Libertação do Sudão-Exército (SLM-A), que controla a área, a vila foi "completamente nivelada ao chão" e houve apenas um sobrevivente identificado até o momento. O líder do grupo, Abdel-Wahid Nour, fez um apelo imediato por assistência internacional diante da catástrofe.

Resposta das autoridades e apelo por ajuda

O Conselho Soberano, em Cartum, declarou luto pelas centenas de mortos e disse ter mobilizado "todas as capacidades possíveis" para apoiar a população afetada. Imagens publicadas pela imprensa local mostram escombros espalhados entre as encostas e equipes improvisadas vasculhando os destroços em busca de corpos.

A combinação de chuvas fortes, relevo montanhoso e vias de acesso precárias transformou os esforços de resgate em uma corrida contra o tempo. A área atingida só permite deslocamentos a pé ou por animais de carga, o que complica o envio de suprimentos, equipes médicas e equipamentos de busca e salvamento.

Contexto geográfico e vulnerabilidade

As Montanhas Marrah ficam a mais de 900 km da capital e fazem parte de um sítio reconhecido como patrimônio mundial. A topografia íngreme e os solos soltos tornam a região especialmente suscetível a deslizamentos durante a estação chuvosa, que vai de julho a outubro. Em anos recentes, eventos climáticos extremos têm aumentado em frequência e intensidade, agravando a vulnerabilidade das comunidades locais.

Impactos imediatos

  • Destruição de moradias: aldeias inteiras foram arrasadas, deixando dezenas de famílias sem abrigo.
  • Vítimas: cerca de mil mortos, segundo autoridades locais; número pode variar conforme buscas continuam.
  • Isolamento: estradas e trilhas bloqueadas dificultam a chegada de ajuda humanitária.
  • Risco sanitário: falta de água potável, medicamentos e risco de doenças entre os sobreviventes.

Crise humanitária já existente

A tragédia em Tarasin acontece em meio a uma crise humanitária crônica no Sudão. Estima-se que mais de 30 milhões de sudaneses dependem de ajuda internacional para sobreviver, número que representa mais da metade da população do país. A situação é agravada pelo conflito que segue desde abril de 2023, entre as Forças Armadas e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF).

Em decorrência dos combates, mais de 40 mil pessoas já morreram e cerca de 14 milhões foram deslocadas internamente, segundo estimativas da ONU. Organizações de socorro alertam que várias áreas, sobretudo em Darfur, estão isoladas e com acesso humanitário muito limitado.

Organizações alertam para lacunas na resposta

Médicos Sem Fronteiras descreveu a situação em partes de Darfur como "um buraco negro" no sistema de resposta humanitária, com comunidades sem assistência adequada há mais de dois anos. A combinação de conflito, isolamento geográfico e falta de infraestrutura aumenta o risco de que necessidades básicas de saúde, alimentação e abrigo não sejam atendidas.

Para as organizações no terreno, o desafio imediato é mobilizar recursos e coordenar o acesso às áreas afetadas. Em muitos casos, a entrega de ajuda depende de corredores humanitários seguros e da liberação de passagem por grupos armados que atuam na região.

Histórico de desastres e necessidade de prevenção

Tragédias naturais durante a temporada de chuvas não são novidade no Sudão. No ano anterior, um rompimento de barragem na região do Mar Vermelho matou pelo menos 30 pessoas, segundo a ONU. Esses episódios expõem a fragilidade de infraestruturas e a falta de investimentos em medidas de prevenção e alerta precoce.

Especialistas defendem um plano integrado que una autoridades locais, organizações internacionais e comunidades para reduzir riscos futuros. Medidas como reflorestamento de encostas, sistemas de drenagem e avisos meteorológicos podem minimizar impactos, mas dependem de financiamento contínuo e de um quadro político estável.

O que está em jogo

A magnitude do desastre em Tarasin sublinha a urgência de respostas coordenadas. Líderes locais e ativistas pedem não apenas socorro emergencial, mas também compromissos de longo prazo para reconstrução e resiliência comunitária. Como disse Abdel-Wahid Nour, "A escala e magnitude do desastre são imensas e indescritíveis", reforçando a gravidade da situação.

Enquanto esforços de busca prosseguem, a comunidade internacional é chamada a ampliar apoio humanitário e diplomático. A restauração de rotas de acesso, a entrega de assistência médica e de abrigo emergencial e o apoio psicológico às famílias sobreviventes aparecem como prioridades imediatas.

Conclusão e chamada à ação

A devastação em Tarasin é um lembrete da combinação letal entre desastres naturais e crises humanas que afetam o Sudão. A região de Darfur, já fragilizada por anos de conflito, enfrenta agora mais um episódio que exige solidariedade e resposta rápida.

Se você acompanha esta matéria, compartilhe para ampliar a atenção internacional sobre a tragédia e considere apoiar organizações humanitárias que atuam no Sudão. Comentários e perguntas são bem-vindos: deixe sua opinião e envolva-se na discussão sobre como mobilizar ajuda e construir resiliência em regiões vulneráveis.