Conselho do CSA afasta presidente Mirian Monte

Conselho do CSA afasta presidente Mirian Monte

Conselho do CSA decide pelo afastamento imediato de Mirian Monte

Dois dias após o rebaixamento do time para a Série D, o Conselho Deliberativo do CSA anunciou, em reunião realizada na noite desta segunda-feira, o afastamento da presidente Mirian Monte e de toda a diretoria executiva. A decisão, tomada por quase unanimidade entre os conselheiros, foi justificada pela alegação de "gestão temerária" e pela necessidade de estabilidade administrativa em um momento crítico para o clube.

O que motivou a medida

Segundo o presidente do conselho, Clauwerney Ferreira, a medida foi tomada diante de irregularidades apontadas na condução administrativa do clube. Em suas declarações, Clauwerney afirmou que houve operações sem a aprovação da gerência jurídica e do próprio conselho, além de processos internos fora do padrão. Ele explicou que assume de forma interina a presidência executiva e pretende convocar novas eleições em até dois meses.

— A gestão temerária foi o motivo para a gente hoje, por quase unanimidade - tivemos apenas duas abstenções -, decidir que toda a diretoria executiva do CSA foi afastada até um período que a gente ainda vai determinar. Empréstimos não passaram nem pela gerência jurídica do CSA, nem pelo conselho deliberativo, bichos que fugiram do padrão dos jogos, comissão de patrocínios feita por diretores, o que não pode, e outros absurdos — explicou Clauwerney.

Repercussão interna e defesa da diretoria

Mirian Monte não estava presente à reunião e, segundo relatos, deve conceder coletiva para apresentar sua versão dos fatos. Integrantes da direção reclamaram que não houve amplo direito de defesa durante a sessão. Entre os presentes, o gerente de marketing na gestão de Mirian, Max Mendes, considerou o afastamento precipitado e argumentou que a presidente pretendia organizar a transição antes de renunciar.

— Ela, Mirian, estava decidida a entregar o cargo. No entanto, queria apenas organizar as coisas antes de renunciar. É preciso entender que o clube está num processo de recuperação judicial, tem trâmites burocráticos, como informar a saída da presidente à Receita Federal, outras questões administrativas, a exemplo de contas bancárias, mas o conselho decidiu pelo afastamento imediato, disse Max Mendes.

Contexto esportivo e institucional

O afastamento ocorre em um momento de grande instabilidade para o clube. O CSA já vinha enfrentando desafios esportivos e administrativos desde que entrou em recuperação judicial. Mirian assumiu a presidência em março de 2024, recebendo apoio de parte da oposição ao ex-dirigente, e liderou o clube durante a manutenção na Série C no ano anterior. Em 2024, conquistou a Copa Alagoas e garantiu classificação para a Copa do Brasil de 2026, mas a queda para a Série D nesta temporada foi apontada como fator determinante para a mudança na direção.

A troca de presidentes em curto espaço de tempo é um reflexo da turbulência política no clube: Mirian foi a terceira presidente a deixar o CSA desde 2022. Antes dela, Omar Coelho e Rafael Tenório também deixaram o cargo em meio a crises internas e resultados esportivos abaixo do esperado.

Consequências imediatas

Com a decisão, Clauwerney Ferreira assume de forma interina e declarou que pretende agir rapidamente para organizar o departamento executivo e resolver pendências financeiras e administrativas. Ele anunciou que irá ao centro de treinamento para tratar de questões urgentes do clube e deve trabalhar para convocar eleições dentro do prazo estipulado pelo conselho.

Os conselheiros ainda manifestaram que não trabalham com a possibilidade de Mirian retornar ao comando do CSA, diante da gravidade das irregularidades apontadas. O afastamento imediato substitui a proposta de um pedido de renúncia em 15 dias, que, segundo o conselho, não era compatível com a urgência da situação.

Desafios pela frente

O novo cenário exige decisões rápidas em vários frentes: reorganização financeira, definição de processos de contratação e patrocínio, e preparação para a próxima temporada com orçamento reduzido devido ao rebaixamento. O clube disputará, além da Série D, a Copa Alagoas, o estadual e a Copa do Brasil no próximo ano, o que impõe a necessidade de planejamento estratégico e estabilidade na gestão.

Especialistas e torcedores apontam que a principal prioridade do CSA agora é restabelecer governança e transparência nos processos internos para recuperar confiança junto a patrocinadores, órgãos federativos e aos próprios torcedores. A combinação de rebaixamento esportivo e instabilidade política torna o trabalho ainda mais desafiador.

O que esperar nas próximas semanas

  • Documentação e auditoria interna sobre as operações apontadas pelo conselho;
  • Convocação de novas eleições para presidência executiva, conforme anunciado por Clauwerney;
  • Medidas emergenciais no futebol profissional para reduzir impacto esportivo e financeiro;
  • Coletiva de Mirian Monte para expor sua versão e eventuais recursos administrativos.

Conclusão

O afastamento de Mirian Monte abre um novo capítulo na crise política do CSA. A decisão do conselho reflete o esforço por retomar o controle administrativo em um momento delicado, marcado pelo rebaixamento e pela necessidade de reconstrução institucional. A gestão interina terá que agir rapidamente para conter danos e preparar o caminho para a próxima eleição.

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