Terra pode ter até seis miniluas simultaneamente

Terra pode ter até seis miniluas simultaneamente

Fragmentos da Lua podem orbitar o planeta por meses


Pesquisadores estimam que o planeta Terra pode ter até seis "miniluas" em sua órbita ao mesmo tempo durante meses. A análise foi publicada em um estudo na revista científica Icarus, que explica a dificuldade de detectar os objetos espaciais.
Elas são formadas quando algum asteroide se choca com um grande corpo celeste, lançando fragmentos dele para o espaço. Alguns deles, ocasionalmente, entram na órbita terrestre.

O que são as "miniluas"?


Objetos são fragmentos da Lua.
Ao se desprender de planetas ou de luas depois de colisões ocorridas há milhões de anos, os fragmentos podem ser atraídos pela gravidade da Terra, entrando em sua órbita por breves momentos que podem durar meses, formando uma "minilua" — antes de serem atraídas para a do Sol.
Embora possa haver pedaços grandes, a maioria das "miniluas" tem menos de dois metros de diâmetro e se movem rapidamente, tornando difícil sua detecção.
Segundo os cientistas, é comum que uma minilua orbite o Sol e acabe vindo parar no espaço próximo à Terra, antes de ser puxado de volta à estrela.
Pesquisas anteriores indicam que uma minilua pode ser definida como um objeto que fica temporariamente preso à Terra, completa ao menos uma volta ao redor do planeta e, em algum momento da sua órbita, permanece a menos de quatro vezes a distância entre a Terra e a Lua.
A União Astronômica Internacional, porém, ainda não possui uma definição oficial para o termo. A primeira minilua identificada foi a 2006 RH120, que tinha apenas alguns metros de tamanho.

Fragmentos da Lua da Terra


O estudo se baseia em dois objetos que evidenciam a hipótese. O primeiro foi detectado em 2016 e batizado de Kamo'oalewa (469219), que estima-se ter se desprendido da Lua entre 1 e 10 milhões de anos atrás. O segundo, descoberto ano passado, é o 2024 PT5, com características semelhantes.
Juntos, os dois sugerem que a Lua gerou suas próprias "miniluas". Os objetos servem de base para simulações de como as partículas lançadas pela Lua se comportam, descobrindo quantas podem existir no espaço e serem "capturadas" pela Terra.

Seis miniluas ao mesmo tempo


A principal dificuldade de analisar as miniluas é por causa de seu tamanho, que podem não ser detectados por radares. Apesar da estimativa de seis miniluas, o estudo explica que o número é incerto.
"A incerteza é gigantesca. Se houvesse tantos objetos assim, os levantamentos telescópicos provavelmente detectariam mais deles. Então a previsão nominal quase certamente está errada. Isso é ciência", dizem os pesquisadores.
Novos estudos estimam que, em média, até 6,5 miniluas podem estar orbitando a Terra ao mesmo tempo. Esses objetos mudam com frequência: se fossem contados hoje e novamente daqui a um ano, parte deles já teria sido substituída por outros. Uma minilua costuma permanecer em órbita por cerca de nove meses.
"É como uma espécie de dança de quadrilha, onde os parceiros trocam regularmente e às vezes saem da pista de dança por um tempo", disse Robert Jedicke, pesquisador da Universidade do Havaí e principal autor do estudo, em entrevista à revista Space.com.