Omissão de falha causou queda de avião da Voepass
04/08/2025, 09:33:25
Introdução
Doze meses após a tragédia envolvendo o voo 2283 da Voepass, que resultou na morte de 62 pessoas, novas informações surgiram a partir de uma gravação que revela a omissão de uma falha crítica no sistema de degelo da aeronave. Funcionários da manutenção discutiram, sem saber que estavam sendo gravados, o arrependimento por não terem registrado a pane. O acidente ocorreu em 09 de agosto de 2025, em Vinhedo (SP), e levantou questionamentos sobre os procedimentos de segurança da empresa.
Detalhes do Acidente
O voo, um turbo-hélice ATR 72-500 de prefixo PS-VPB, decolou de Cascavel (PR) com destino a Guarulhos (SP). Porém, durante a aproximação para o pouso, a aeronave caiu. Especialistas revelaram que o sistema de degelo, que deveria ter sido acionado durante o voo, não funcionou adequadamente. O comandante tentou pousar em Ribeirão Preto antes da queda, mas caiu na pista de pouso em Vinhedo.
Falta de Registro e Consequências
Com base na gravação, confirmou-se que uma pane crítica foi ignorada horas antes da decolagem. O sistema de degelo foi utilizado três vezes, mas sua ineficácia foi fatal. O comandante havia relatado verbalmente o problema, mas não fez uma queixa formal. "Voávamos sob pressão", lamentou um mecânico, ressaltando a dificuldade de relatar falhas. A falta de documentação adequada e o receio de parecer problemático contribuíram para a tragédia.
Desabafos de Funcionários
Um mês após o acidente, os funcionários expressaram seu profundo arrependimento por não terem documentado a falha no sistema. Um deles afirmou: "Errei, errei de não ter mandado por escrito", demonstrando a gravidade da situação e seu peso emocional. Outro aconselhou a guardar provas do que ocorreu, enquanto descrevia a omissão como uma "sujeira".
Avaliação do Comandante
O comandante Almeida, que tinha experiência com a aeronave, destacou que o turbo-hélice não era adequado para voar em condições de gelo. Ele também comentou que nunca viu o mecanismo de inflar as asas funcionar corretamente. A situação era mais crítica do que se imaginava, e isso levanta questões sobre a segurança das operações da Voepass.
Histórico de Problemas
Outras denúncias contra a Voepass foram reveladas, incluindo um grave incidente em 2016. Funcionários indicaram que a empresa frequentemente reaproveitava peças de aeronaves desativadas. Além disso, muitos passageiros não estavam cientes de que voariam pela Voepass, pois as passagens eram vendidas pela Latam, com pouca informação sobre a verdadeira operadora.
Consequências Legais e Futuros Padrões de Segurança
A proibição das operações da Voepass foi estabelecida apenas em 24 de junho de 2025, quase onze meses após o acidente. Apesar de todas as evidências e do clamor público, o relatório final do Cenipa sobre a tragédia ainda não foi divulgado. Mesmo assim, especialistas e autoridades de aviação continuam a pedir uma revisão rigorosa dos padrões de segurança da empresa.
Conclusão
O trágico acidente da Voepass traz à tona a importância da documentação em procedimentos de manutenção de aeronaves e a necessidade de um sistema robusto para relatar e gerenciar falhas. O episódio não só destaca a tragédia de vidas perdidas, mas também serve como alerta para a aviação civil. É vital que o setor aprenda com os erros do passado, garantindo que situações semelhantes nunca mais ocorram. Convidamos os leitores a refletirem e se informarem sobre a importância da segurança na aviação, além de compartilharem suas opiniões sobre como o setor pode ser melhorado.