Edinho Silva assume o PT e enfrenta novos desafios políticos
03/08/2025, 21:37:04
Transição de Liderança no PT
O ex-ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom) e ex-prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva, assumiu neste domingo (3) a presidência do Partido dos Trabalhadores (PT). A transmissão do cargo ocorreu durante o encerramento do 17º Encontro Nacional da legenda, em Brasília, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Edinho, que sucede o senador Humberto Costa no comando do partido, foi eleito presidente nacional do PT por meio do Processo de Eleição Direta (PED), realizado em 7 de julho. Ele recebeu 73% dos votos, o equivalente a cerca de 240 mil filiados, que o escolheram para liderar a legenda.
Desafios e Alianças para 2026
Ao transmitir a liderança da sigla ao colega, o senador Humberto Costa ressaltou que a maior missão de Edinho será construir alianças e abrir caminhos para a reeleição de Lula, com vistas nas eleições presidenciais de 2026. Essa missão já havia sido adiantada pelo próprio Edinho em entrevista exclusiva ao Portal iG, antes da cerimônia de posse como novo presidente do partido. Na ocasião, o dirigente da sigla destacou que a prioridade de sua gestão será “construir a reeleição do presidente Lula” para que seja possível dar “continuidade a esse projeto de reconstrução do Brasil”.
Desmonte e Compra de Votos
“Nós nunca podemos esquecer ou permitir que a sociedade esqueça as condições que o presidente Lula assumiu o governo em 2023, com déficit de bilhões de reais”, apontou Edinho. O presidente do PT citou que Lula assumiu a presidência do país mesmo depois de um período de "desmonte" e "compra de votos" por parte do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que ficou conhecida como ''PEC Kamikaze''. A PEC foi um conjunto de medidas sociais aprovadas pelo governo brasileiro em 2022, durante a gestão Bolsonaro, em meio ao período eleitoral.
Legado e Futuro do PT
“Eu sempre digo que aconteceu em 2022 no Brasil a maior operação de compra de votos da história da República, uma compra de votos institucionalizada e também o desmonte das políticas públicas que existiam há décadas no nosso país. E o presidente Lula tem reconstruído o PAC [Programa de Aceleração do Crescimento], reconstruído minha casa, minha vida, lançou projetos importantes como o Pé de Meia”, avaliou Edinho ao iG. Além disso, de acordo com o petista, a continuidade de Lula no governo do país representa um fortalecimento da soberania nacional frente aos ataques dos Estados Unidos. “A reeleição do presidente Lula significa a reafirmação do nosso projeto de país, um projeto soberano diante de uma violência diplomática que nós sofremos com o governo de Donald Trump”, defendeu.
Preparação para Novo Ciclo Político
“São tarefas imensas que nós temos pela frente: reeleger o presidente Lula, reorganizar as nossas instâncias, fortalecer o PT nos estados para que a gente construa palanques fortes. O Brasil precisa do PT em relação ao enfrentamento de muitos debates estratégicos”, acrescentou.
Desafios Estruturais e Diálogo Político
Ao assumir a presidência do PT, Edinho afirmou que Lula deve disputar sua última eleição em 2026, quando terá 81 anos. Por isso, o novo presidente nacional do partido defendeu que a sigla comece a se preparar para um ciclo político sem a presença do líder petista nas urnas. “Nós teremos, no próximo período, tarefas fundamentais. Primeiro, temos a responsabilidade de construir o Partido dos Trabalhadores para quando o presidente Lula não estiver mais nas urnas disputando o nosso projeto”, afirmou Edinho ao destacar que Lula deixará a cena eleitoral após 2026, encerrando a trajetória política que moldou a identidade da sigla ao longo das últimas quatro décadas.
Reconstrução e Fortalecimento do PT
Ao lembrar o papel decisivo do atual presidente da República nos momentos mais críticos da história petista, como a crise do mensalão e a Lava Jato, Edinho apontou que o partido precisará, a partir de agora, consolidar sua força institucional e não mais depender da figura de Lula como principal ativo eleitoral. “Não nascerá outro Lula, porque as condições históricas...”, declarou. “Nós teremos que construir um partido que seja capaz de enfrentar grandes embates, os que já estão colocados na conjuntura e os que virão no próximo período histórico”, acrescentou.
Construindo um Futuro Soberano
Edinho também destacou a política econômica do governo Lula e os desafios estratégicos que o partido precisará enfrentar nos próximos anos. Ao iG, ele defendeu que a legenda deve aprofundar o debate sobre o desenvolvimento nacional, com foco na democratização da renda, no fortalecimento de políticas públicas e em um projeto sustentável para o país.
Conclusão
O novo presidente do PT tem um papel importante pela frente, que não se limita apenas à reeleição. Essa gestão é uma oportunidade para consolidar a força do partido e fortalecer a democracia no Brasil.