Tarifas de 50% dos EUA: impacto no Brasil
27/07/2025, 14:35:54
A marcha da insensatez – 3
Hoje, 27 de julho de 2025, as relações entre os Estados Unidos e o Brasil estão em um momento crítico. As tarifas de 50% que Donald Trump pretende impor ao Brasil já parecem um fato consumado. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode utilizar essa adversidade para aumentar sua popularidade, mas os impactos nas exportações brasileiras podem ser graves.
As exportações do Brasil para os Estados Unidos, a partir de 1º de agosto, correm o risco de serem taxadas de maneira severa. Embora alguns ainda alimentem a esperança de uma mudança repentina, a realidade é bastante sólida. A tarificação deve ser resultado de desavenças entre as duas nações, exacerbadas pela aproximação do Brasil com potências como China, Rússia e Irã, além de políticas que não agradaram os EUA.
As divergências das quais essa punição é reflexo não se limitam apenas às relações diplomáticas, mas abrangem também questões significativas como a postura do Brasil em relação a Israel e uma série de decisões do Judiciário brasileiro que descontentaram o governo americano. A ofensiva de Trump parece ser uma forma de retaliar e, em última análise, um ato de defesa de seus interesses na América Latina.
A forma como as tarifas afetarão os produtos brasileiros ainda é um mistério. Questões como a tarifação de bens que já estão em trânsito e acordos pré-existentes com os Estados Unidos não têm respostas claras até o momento. O cenário é alarmante e os efeitos dessa política podem demorar a se manifestar. No entanto, a questão central é a qualidade das exportações, que tende a ser afetada a longo prazo, principalmente na produção industrial de ponta, essencial para o crescimento do Brasil.
Ademais, enquanto Lula busca uma solução negociada, parece que Trump deseja usar o Brasil como um exemplo para outros países latino-americanos que se aventuram a desafiar os interesses dos EUA. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, está diligentemente trabalhando para encontrar um caminho de negociação, mas a recusa em mudar de postura por parte dos dois líderes pode tornar esse desafio ainda mais difícil.
Por fim, a política externa do Brasil, sob a influência de ideólogos que promovem um afastamento seletivo em relação a países desenvolvidos, pode levar o Brasil a uma encruzilhada. O futuro econômico do país dependerá da habilidade em manter um diálogo produtivo com nações do Ocidente, mesmo que isso implique superar barreiras ideológicas.