Janones relata agressão em tumulto com Nikolas Ferreira

Janones relata agressão em tumulto com Nikolas Ferreira

O incidente na Câmara dos Deputados

O deputado federal André Janones (Avante-MG) relatou, em uma sessão na terça-feira (15), que foi agredido fisicamente e teve seu pênis apalpado por parlamentares durante um tumulto envolvendo o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG). O incidente ocorreu enquanto Janones tentava filmar Nikolas, mas foi confrontado por um grupo de cerca de 20 deputados do PL que exigiram que interrompesse a gravação.

"Eles disseram ‘você não vai filmar o Nikolas’. Eu falei: ‘Vocês não defendem a liberdade de expressão?’. Aí eles repetiram que eu não iria filmar o Nikolas e começaram a me empurrar com o ombro", descreveu Janones, apontando que as tensões aumentaram rapidamente.

Agressões físicas e intimidação

De acordo com Janones, as agressões escalaram, levando a socos e chutes. "Comecei a levar soco nas costas. Nada grave, nem levei a sério, porque entendi como uma forma de intimidar. Depois comecei a levar chutes, aí não era mais brincadeira, chutes fortes", afirmou. O deputado ainda mencionou que existem registros em vídeo dos atos, relatando: "Estão gravadas essas agressões físicas. Existem vídeos [...] Eles começaram a me apalpar, a pegar no meu pênis. Está gravado".

Controvérsias no Conselho de Ética

No mesmo dia, durante uma sessão do Conselho de Ética, Janones criticou o andamento do processo de cassação ao qual está sujeito, afirmando que não teve direito à defesa. "Não fui citado para poder me defender. Soube da audiência do Conselho de Ética faltando uma hora para o seu início. Uma violação enorme", destacou.

A representação contra Janones, apresentada pela Mesa Diretora da Câmara, baseou-se em uma denúncia do PL, acusando-o de conduta incompatível com o decoro parlamentar, citando "xingamentos ultrajantes, com expressões de baixo calão, desonrosas e depreciativas" direcionadas a Nikolas Ferreira na sessão anterior. O documento solicita a suspensão de seu mandato por um período de seis meses.

Tumulto e reações entre parlamentares

Durante a reunião do Conselho de Ética, enquanto o deputado Fausto Junior (União Brasil), responsável pelo relato do processo, ouvia o depoimento de Janones, houve tumulto e risadas entre os parlamentares. Um deputado não identificado fez uma ironia, dizendo "Depois dá o nome do puxa-saco". Janones, por sua vez, respondeu: "Apesar do desrespeito do senhor presidente, vou continuar. Espero que o senhor seja mais respeitoso", o que gerou um breve bate-boca.

A deputada Maria do Rosário expressou solidariedade a Janones, afirmando: "Que podridão". O Conselho de Ética continua a análise do processo, que poderá resultar em punições ao parlamentar.