Mulher trans denuncia transfobia durante matrícula na Ufal
11/07/2025, 14:41:20
Nefertiti Souza compartilha seu relato
Nefertiti de Oliveira Souza, uma mulher trans, relata ter sido vítima de transfobia por parte da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). A jovem menciona que a violência ocorreu durante o ato de matrícula no curso de história, no campus A. C. Simões. Ela destaca que seu nome foi retificado em todos os seus documentos oficiais, incluindo a certidão de nascimento. No entanto, ao emitir o comprovante de matrícula, o nome anterior foi utilizado.
Denúncia de transfobia institucional
“Não aguento mais a transfobia institucional”, foi assim que Nefertiti começou o vídeo que fez, compartilhado em suas redes sociais na quinta-feira (10). No vídeo, a jovem relata a situação de transfobia que enfrentou na Ufal ao se matricular no curso de história, em Maceió. O g1 buscou um posicionamento da Ufal, que afirmou ainda não ter conhecimento oficial sobre o caso, mas que respeita o uso do nome social, desde que a solicitação seja realizada pelo aluno.
A jovem ainda ressalta: “Mesmo com todos os documentos retificados, mesmo com anos de luta, de resistência, de afirmação da sua identidade, a universidade insiste em registrar sua matrícula com o nome morto. Um erro que não é apenas técnico: é violência, é negligência, é desumanidade travestida de burocracia”, destacou Nefertiti em suas redes sociais.
O papel da juventude e os direitos das pessoas trans
Além de estudante, Nefertiti já cursou letras e agroecologia, e é organizadora de um espaço para mulheres trans e travestis na cena ballroom de Alagoas, um movimento que busca fortalecer a diversidade de sexualidade, gênero e raça.
Entendendo a transfobia
Advogados alertam para a importância da legislação que combate a transfobia. A transfobia pode se manifestar de várias formas, tanto fisicamente quanto psicologicamente. Desde 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero como crime no Brasil.
Os direitos das pessoas trans incluem:
- Cotas trans em universidades, que dependem da decisão da instituição de ensino;
- Registro Civil, onde desde 2018 é possível alterar o nome do registro sem necessidade de cirurgia;
- Cirurgia de redesignação sexual pelo SUS.
É fundamental promover o debate sobre os direitos humanos e a aceitação das diversidades, para que situações como a de Nefertiti não voltem a se repetir.
Se você se sente impactado por essa história ou deseja saber mais sobre como apoiar a comunidade trans, compartilhe este texto e ajude a disseminar informações. O respeito e a aceitação começam pelo conhecimento.