Mulher trans denuncia transfobia durante matrícula na Ufal

Mulher trans denuncia transfobia durante matrícula na Ufal

Nefertiti Souza compartilha seu relato

Nefertiti de Oliveira Souza, uma mulher trans, relata ter sido vítima de transfobia por parte da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). A jovem menciona que a violência ocorreu durante o ato de matrícula no curso de história, no campus A. C. Simões. Ela destaca que seu nome foi retificado em todos os seus documentos oficiais, incluindo a certidão de nascimento. No entanto, ao emitir o comprovante de matrícula, o nome anterior foi utilizado.

Denúncia de transfobia institucional

“Não aguento mais a transfobia institucional”, foi assim que Nefertiti começou o vídeo que fez, compartilhado em suas redes sociais na quinta-feira (10). No vídeo, a jovem relata a situação de transfobia que enfrentou na Ufal ao se matricular no curso de história, em Maceió. O g1 buscou um posicionamento da Ufal, que afirmou ainda não ter conhecimento oficial sobre o caso, mas que respeita o uso do nome social, desde que a solicitação seja realizada pelo aluno.

A jovem ainda ressalta: “Mesmo com todos os documentos retificados, mesmo com anos de luta, de resistência, de afirmação da sua identidade, a universidade insiste em registrar sua matrícula com o nome morto. Um erro que não é apenas técnico: é violência, é negligência, é desumanidade travestida de burocracia”, destacou Nefertiti em suas redes sociais.

O papel da juventude e os direitos das pessoas trans

Além de estudante, Nefertiti já cursou letras e agroecologia, e é organizadora de um espaço para mulheres trans e travestis na cena ballroom de Alagoas, um movimento que busca fortalecer a diversidade de sexualidade, gênero e raça.

Entendendo a transfobia

Advogados alertam para a importância da legislação que combate a transfobia. A transfobia pode se manifestar de várias formas, tanto fisicamente quanto psicologicamente. Desde 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero como crime no Brasil.

Os direitos das pessoas trans incluem:

  • Cotas trans em universidades, que dependem da decisão da instituição de ensino;
  • Registro Civil, onde desde 2018 é possível alterar o nome do registro sem necessidade de cirurgia;
  • Cirurgia de redesignação sexual pelo SUS.

É fundamental promover o debate sobre os direitos humanos e a aceitação das diversidades, para que situações como a de Nefertiti não voltem a se repetir.

Se você se sente impactado por essa história ou deseja saber mais sobre como apoiar a comunidade trans, compartilhe este texto e ajude a disseminar informações. O respeito e a aceitação começam pelo conhecimento.