Boulos critica centrão e defende justiça tributária em ataque
04/07/2025, 09:31:12
Introdução
O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), conhecido por sua forte atuação nas redes sociais, tem intensificado seus ataques ao centrão, principalmente após a recente derrubada do decreto do IOF (Imposto sobre Operação Financeira) pelo Congresso. Cotado para a Secretaria-Geral da Presidência, Boulos se posiciona como um defensor da população mais pobre e um crítico das alianças políticas que considera prejudiciais ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A ofensiva contra o centrão
Nos últimos dias, o deputado tem utilizado suas redes sociais para expressar descontentamento com a atitude do centrão e da direita no Congresso. Em suas postagens, Boulos enfatiza que o governo foi derrotado porque resistiu a pressões para cortar gastos que afetam a população carente. Ele aponta uma suposta aliança entre o centrão e a direita com o objetivo de aumentar a insatisfação popular e enfraquecer Lula, preparando o terreno para a eleição de um candidato de direita em 2026.
“Se juntam para derrubar o decreto do Lula e tentar forçar o governo a fazer os cortes no lombo do povo. É o lobby dos bilionários que atuou para que eles não paguem nada e o povo pague a conta”, critica Boulos, revelando seu descontentamento com a situação política atual.
Postagens e repercussões
Um estudo das últimas 21 postagens feitas no Instagram de Boulos indica que 10 delas abordam diretamente ataques ao centrão ou à direita no Congresso. Outras quatro postagens discutem a luta do governo por justiça tributária, um discurso que tem sido amplamente mobilizado nas redes sociais por governistas desde a derrota na votação do IOF.
Embora perfis aliados ao deputado, como o da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), tenham adotado a frase “Congresso inimigo do povo”, Boulos parece optar por uma abordagem mais contida por ora. Ele evita criticar abertamente o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que expressou descontentamento com a retórica utilizada por seus colegas e tem tentado promover um ambiente de maior diálogo.
A reação do governo
A postura de Boulos se destaca em meio a um contexto em que outras figuras do governo, como o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), têm adotado um tom mais ameno em suas críticas ao Congresso. A ministra Gleisi Hoffmann, responsável pelas relações institucionais, inclusive fez uma defesa pública do presidente da Câmara, reafirmando que os ataques pessoais e desqualificados não são aceitáveis no debate democrático.
Procurado para comentar, Boulos afirmou que não recebeu queixas de seus colegas parlamentares sobre suas postagens. “As críticas são parte do jogo democrático. Da mesma forma que a direita ataca, tem que saber ser atacada. É importante o povo saber o que está em jogo no país neste momento”, declarou.
Movimentações do governo no Congresso
Pós-derrota na Câmara e no Senado quanto ao assunto do IOF, a base governista acelerou sua ofensiva nas redes sociais, promovendo a narrativa de que o Congresso está protegendo privilégios ao derrubar as alíquotas do IOF. Neste contexto, o governo defende a ideia de justiça tributária, taxa a chamada “BBB”: bancos, bets e bilionários.
Essa abordagem se refere diretamente às palavras do próprio presidente Lula, que frequentemente destaca a resistência de seu governo em aumentar impostos sobre os mais ricos, por conta do medo de uma reação negativa.
O que está por vir?
O governo está buscando recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para reverter a derrubada do decreto do IOF. A Advocacia-Geral da União argumenta que isso representa uma interferência inadequada do Congresso nas prerrogativas do Executivo. Enquanto isso, o ministro Gilmar Mendes sugere que a crise do IOF pode ser apenas um sintoma de um problema mais profundo que envolve a falta de diálogo e coordenação política em Brasília.
Conclusão
A atuação de Boulos ao criticar o centrão traz à tona questões importantes sobre a colaboração entre diferentes forças políticas na Câmara. O futuro da política tributária e a relação entre o governo e o Congresso estão em jogo, e a forma como essa dinâmica se desenrolar poderá influenciar profundamente a estabilidade do governo Lula nos próximos anos.
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