Moraes não admite tumulto processual e nega pedido de Bolsonaro
02/07/2025, 04:35:19
Moraes fala sobre o andamento do processo
"Conforme já ressaltado inúmeras vezes, não será admitido tumulto processual e pedidos que pretendam procrastinar o processo. O curso da ação penal seguirá normalmente, e a Corte analisará as questões trazidas no momento adequado", afirmou o ministro.
Nesta segunda-feira, 30, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste sobre a conta no Instagram @gabrielar720, que supostamente teria sido usada por Mauro Cid.
"Conforme já ressaltado inúmeras vezes, não será admitido tumulto processual e pedidos que pretendam procrastinar o processo. O curso da ação penal seguirá normalmente, e a Corte analisará as questões trazidas no momento adequado", reiterou o ministro.
Prazos e alegações da defesa
Na última sexta-feira, 27, Moraes deu 15 dias para que a PGR apresente alegações finais da ação penal relacionada à trama golpista, na qual estão envolvidos, entre outros, Jair Bolsonaro. A defesa do ex-presidente argumenta que a manifestação da PGR a respeito do uso da conta no Instagram por Mauro Cid, antes desse prazo, "mostra-se essencial". Eles alegam que é necessário "trazer ao presente feito os documentos produzidos em paralelo, pois relacionam-se diretamente com os fatos aqui apurados".
Questões sobre delação de Cid
Os advogados de Bolsonaro visam obter a nulidade das delações de Cid com base na alegação de violação da obrigação de sigilo e do impedimento de uso de redes sociais. No perfil, que segundo a Meta foi registrado com um endereço de e-mail de Cid, o militar teria dialogado com o advogado Eduardo Kuntz, onde fez críticas ao ministro Alexandre de Moraes, ao STF e ao delegado Fábio Shor, responsável pela investigação sobre o inquérito do golpe. O ex-ajudante de ordens também sugeriu que sua delação premiada estaria sendo distorcida.
Com base nessas conversas, e partindo do princípio de que não houve voluntariedade e espontaneidade por parte de Cid, Kuntz solicitou a anulação do acordo de colaboração premiada do militar. Durante depoimento prestado na última quinta-feira, 26, Mauro Cid negou ter usado a conta no Instagram e alegou não ter dialogado com Eduardo Kuntz. Ele também afirmou que os áudios disponibilizados foram gravados sem seu consentimento e repassados ao advogado.