Bolsonaro pede apoio para mudar futuro do País em 2026
01/07/2025, 09:36:07
O discurso de Jair Bolsonaro
O ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), fez uma declaração forte neste domingo, 29, ao afirmar que "logicamente" não deseja ser preso nem morto. Durante seu discurso, pediu apoio para que seus aliados consigam a eleição de deputados e senadores em 2026. "Se vocês me derem, por ocasião das eleições do ano que vem, 50% da Câmara e 50% do Senado, eu mudo o destino do Brasil", destacou Bolsonaro.
Para ele, com esse respaldo, seria possível eleger os presidentes das duas Casas do Congresso, além de presidir as principais comissões e realizar indicações para as agências reguladoras e para o Banco Central (BC). "Não quero isso para perseguir quem quer que seja. Não quero isso para revanchismo. Quero isso pelo futuro do meu Brasil. Não tenho obsessão pelo poder", continuou o ex-presidente, que se encontra inelegível até 2030, conforme decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O ato na Avenida Paulista
Na tarde de domingo, Bolsonaro participou de um ato na Avenida Paulista ao lado de parlamentares, ex-ministros e governadores aliados, sob o lema "Justiça Já". O evento foi precedido por falas de deputados e senadores, incluindo seu filho, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), um dos próprios principais nomes cotados para concorrer à Presidência em 2026, período em que Bolsonaro permanece inelegível.
Ao discursar, Bolsonaro deixou claro que não sente a necessidade de ocupar novamente a Presidência. "Digo mais: nem eu preciso ser presidente; o Valdemar Costa Neto, presidente do PL me mantendo como presidente de honra do Partido Liberal, nós faremos isso por vocês", proclamou. Segundo Bolsonaro, sua liderança no PL também pode mudar os rumos do Brasil.
Críticas e propostas
Em seu discurso, ele abordou o processo que enfrenta no Supremo Tribunal Federal (STF), enfatizando que não é acusado de corrupção. "Me processam por uma fumaça de golpe", criticou.
Após elogiar ex-ministros do seu governo, como o atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ele sintetizou a importância de eleger aliados no Congresso: "Vamos nos preocupar com as eleições do ano que vem, vamos mudar o destino do Brasil". Bolsonaro trouxe à tona a proposta de anistia aos presos e investigados pela invasão aos Três Poderes no dia 8 de janeiro, afirmando que a anistia é "um remédio previsto na Constituição" e seria "o caminho da pacificação".
Segundo o ex-presidente, é fundamental que os Três Poderes "pacifiquem o Brasil" e libertem os inocentes do ocorrido em 8 de janeiro. Em sua visão, quem cometeu crimes deve arcar com as consequências. "Não quero crer que seja vingança de uma pessoa ou de outra", defendeu.
Conclusão da manifestação
Bolsonaro reafirmou que não houve tentativa de golpe, já que, conforme o ex-presidente, não havia armas, apoio de instituições nem uso das Forças Armadas. Ele citou a opinião de políticos proeminentes que questionaram a existência de um golpe no Brasil.
O ato, com o lema "Justiça já", foi organizado pelo pastor Silas Malafaia e contou com críticas aos ministros do STF, sendo Malafaia um dos que chamou o ministro Alexandre de Moraes de ditador, acusando-o de violar a Constituição.
O deputado Gustavo Gayer (PL-GO) também se manifestou, exibindo áudios de falas de Moraes e outros ministros sobre a responsabilidade das big techs nas redes sociais, afirmando que os ministros estão votando pela censura.
No evento, Bolsonaro também falou sobre sua trajetória política e fez elogios ao filho Carlos Bolsonaro, mencionando que ele foi uma peça chave para sua eleição à Presidência. Ele comentou sobre sua experiência na pandemia, afirmando que adquiriu 600 mil doses da vacina contra a covid-19, mas optou por não se vacinar "por liberdade".
Finalizando, sobre o processo de transição de governo, afirmou que se deu de maneira pacífica, recebendo inclusive elogios do vice-presidente Geraldo Alckmin, embora declarou que nunca passaria a faixa a Lula. "Jamais eu passaria a faixa para um ladrão", enfatizou.