Voluntário relata resgate de Juliana Marins em tragédia
30/06/2025, 09:41:13
Uma tragédia no Monte Rinjani
O acidente envolvendo Juliana Marins, publicitária de apenas 26 anos, chocou o Brasil. Ela caiu de um penhasco enquanto fazia uma trilha no vulcão Monte Rinjani, localizado na Indonésia. A demora no socorro oficial e relatos de negligência marcaram essa tragédia que poderia ter sido evitada.
Coragem e prontidão de um voluntário
O alpinista voluntário Abdul Agan tomou a iniciativa de liderar uma operação de resgate. Ao ver imagens do acidente na internet, ele decidiu viajar um dia e meio até o local para organizar uma expedição. Junto com três socorristas, ele enfrentou condições perigosas e passou a noite no local do acidente. "Eu me machuquei, um amigo meu foi internado no hospital. Muitas vezes caíam pedras perto da nossa cabeça", relatou ele.
Demora e precariedade no socorro
A brigada do parque, que iniciou a subida por volta das 08h30, chegou ao local do acidente somente às 14h, armada com equipamento limitado. "O único equipamento que eles tinham era uma corda", contou Manoel Marins, pai de Juliana. A Defesa Civil da Indonésia (Basarnas) chegou ao local de forma tardia, por volta das 19h, e Juliana foi resgatada sem vida dois dias após a queda. O laudo inicial indicou hemorragia interna por lesão no tórax, o que sugere que ela faleceu entre 12 e 24 horas antes de seu corpo ser removido.
Reações e sentimentos de perda
Agan, que já havia resgatado 21 turistas vivos e nove mortos no Monte Rinjani nos últimos dez anos, expressou sua decepção: "Me senti muito decepcionado porque eu esperava que Juliana ainda estivesse viva". No Brasil, o alpinista foi chamado de herói, embora ele tenha declarado: "Eu só quero pedir desculpas para a família por não conseguir salvar Juliana".
A notícia se espalha
Imagens exibidas pelo Fantástico mostram as primeiras tentativas de resgate, incluindo uma gravação do guia que acompanhava Juliana, onde se vê a lanterna de seu capacete acesa após sua queda. Nesse vídeo, o guia afirma: "Ela caiu em um penhasco". Os pais de Juliana, Manoel e Estela Marins, acusam o guia e as autoridades locais de negligência. Segundo Manoel, o guia deixou Juliana sozinha por até 50 minutos para fumar, após ela relatar estar cansada. "Quando voltou, não avistou mais Juliana. [...] Só a avistou novamente às 06h08".
Implicações legais e homenagens
A situação se torna ainda mais trágica quando se constata que, no dia seguinte ao acidente de Juliana, um turista da Malásia também caiu e fraturou a bacia. A família de Juliana já está preparando ações legais contra o guia, a empresa de turismo e, principalmente, o coordenador do parque: "Ele demorou a acionar a Defesa Civil". Estela, mãe de Juliana, lamenta: "Esses caras mataram minha filha".
A cidade natal de Juliana, Niterói (RJ), demonstrou solidariedade e irá custear o traslado do corpo, além de planejar uma homenagem à jovem com a construção de um mirante em seu nome.