Haddad fala sobre embate após derrubada do IOF
27/06/2025, 19:37:00
Contexto da Declaração
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), durante uma aula na Faculdade de Direito da USP, disse que não é um momento político para se recolher, referindo-se à recente derrota do governo em relação ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O ministro comentou sobre suas conversas com o presidente Lula a respeito do reajuste do IOF, além de enfatizar a importância da judicialização do caso.
Posição do Governo
Haddad destacou que não é contra o ajuste fiscal, mas deixou claro que, no Brasil, “ajuste fiscal é sinônimo de supressão de direitos”. O governo está em busca de alternativas para substituir a receita que seria arrecadada com o imposto, considerando novas fontes de receita, cortes no Orçamento ou a judicialização da questão, que é uma prioridade para o ministro.
Reação do Mercado e Decisões Governamentais
O aumento do IOF foi anunciado no final de maio, junto com um congelamento do Orçamento de 2025, mas não foi bem recebido pelo mercado financeiro, levando o presidente Lula a reverter a decisão. Haddad se reuniu com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e com Davi Alcolumbre (União-AP), presidente do Senado, para discutir possíveis alterações. No entanto, essas mudanças não foram aprovadas.
Aprovação da Revogação
Vale lembrar que a Câmara dos Deputados aprovou a revogação do decreto presidencial com uma maioria significativa: 383 votos a favor e 93 contrários, e o Senado confirmou essa decisão em uma votação simbólica. Durante sua aula, Haddad questionou: “Quem vai pagar essa conta? Em geral, é o salário mínimo, é o aposentado, é o servidor público, é o pessoal da periferia”. Ele acrescentou que o foco no ajuste fiscal parece ter se desvanecido, afirmando que “curiosamente, o ajuste fiscal fica em segundo plano. Ele não é mais interessante. Ninguém mais fala disso”.
A Busca por Transformação
O ministro também refletiu sobre a necessidade de transformações nos processos atuais, alertando que “se nós não colocarmos um processo ambicioso de transformação, forças obscurantistas vão começar a fazer estragos”. Ele ressaltou que há uma distância em relação à utopia, mas destacou a importância de caminhar na direção certa para alcançar mudanças significativas.