A alma penada e a inauguração
27/06/2025, 19:23:52Esta é uma crônica resultante dos fatos que os anos não deixarão apagar nas consciências de quem conhece a história de alguns abutres.

Eis que em uma cidade de médio porte, uma entidade beirando os três séculos passava por delicada situação desde a sua fundação por se tratar de um objetivo filantrópico e mantida por contribuições ajudas de quem necessitou dela e foi atendido(a) tocando o coração dos bons.
Vivendo entre vida-e-a-morte a menina dos olhos dos caridosos viveu sempre à margem do abre e fecha, ou fecha e abre, mas nunca despertando os olhos matreiros daqueles que desejavam fazer do “amor” ao próximo, o seu próprio ópio do poder.
Mas de tantos solavancos em sua manutenção, chegou o dia em que desejada por aproveitador aventureiro, esteve à beira do cataclisma em seus alicerces se destinada a mãos erradas do protótipo do engomadinho “perfeito” para os seus mais nefastos objetivos.
Foi então que uma boa alma sacrificou a sua liberdade para salvar aquela senhora que de idosa, fora vista como esclerosada, porém com a possibilidade de se bem vestida, torna-se a dama de vermelho dos sonhos reprimidos de alguém. E eis que a boa alma salvaguardou os destinos da velha senhora.
Passado um tempo, um segundo embriagado pelo poder encontrou abrigo na oportunidade certa para não somente dominar a quase tricentenária senhora, como pano de fundo para aplicar “ajudas” tirando dela o bom proveito para as suas prestações de serviços. E olhe que a pobre senhora não podia pagar, mas via prestação de serviços, as portas se abriram para um bom e embaralhado “prolabore”.
Passado mais certo tempo, a velha senhora fez fisioterapia e lhe renovando as forças passa a oferecer a oportunidade novos atendimentos, como os de personal trainer para pacientes crônicos. Renovada em sua estrutura muscular, a renovada senhora dos anéis abre as suas portas, e no momento do comunicado dos seus novos serviços, não é que por lá estava a esperta alma penada?
Esbranquiçada pelo pó no rosto de quem sofre de um mal moral, da alma e do corpo, mesmo sabendo que sobre ela os olhares acusatórios dos que pela alma penada foram agredidos, põe-se qual algemada ao passado de onde foi retirada pelas orações dos abnegados protetores que farão do labor um meio seguro e sem sobressaltos na manutenção da entidade.
Mas que a alma penada por lá estava, disso ninguém tem dúvidas. Até porque a roupa jamais mudará o mau caráter que ela envolve.