Bolsonaristas reagem a ofensas do ex-presidente Jair Bolsonaro

Bolsonaristas reagem a ofensas do ex-presidente Jair Bolsonaro

Reação dos apoiadores de Bolsonaro

Alguns bolsonaristas dos mais aguerridos não se ofenderam após o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chamar de "malucos" seus apoiadores que, acampados diante de quartéis para protestar contra a vitória de Lula (PT) em 2022, defenderam um novo golpe militar no país. Pelo contrário, muitos dão até razão para o homem que continuam a chamar de mito.

A reportagem conversou com algumas dessas pessoas, incluindo aqueles que estiveram em Brasília durante os ataques do 8 de janeiro. O sentimento predominante é que o ex-presidente está certo ao separar o joio (pessoas que prejudicariam a causa) do trigo (os chamados "bolsonaristas do bem").

A visão dos apoiadores

Em interrogatório no STF (Supremo Tribunal Federal), diante do ministro Alexandre de Moraes, Bolsonaro classificou de "malucos" seus eleitores que defendiam a ideia de um AI-5 ou intervenção militar. Carla Ferreira, uma das apoiadoras, disse: "Nós, bolsonaristas mesmo, que nascemos dos movimentos anti-PT e pró-impeachment [de Dilma Rousseff], não temos vínculo nenhum com a intervenção militar". Ela enfatiza que o foco sempre foi a democracia e vencer nas urnas.

Carla acredita que "as urnas podem ser fraudadas, sim", ressaltando que não fala por "achismo", mas com base na realidade das dificuldades enfrentadas pela população. Segundo ela, os grupos que defendem a intervenção militar se infiltraram nas manifestações para sabotá-las e acabar caracterizando os bolsonaristas como direita radical.

Decisões do ex-presidente

Bolsonaro, durante suas declarações, já mencionou de maneira positiva a ditadura militar, e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) chegou a afirmar que, "se a esquerda radicalizar", poderia haver uma resposta via um novo AI-5. Alguns apoiadores, como Felipe e Amauri, estiveram em Brasília e se opõem à ideia de intervenção militar, afirmando que estavam lá apenas para protestar pacificamente.

Amauri ficou irado com a fala de Bolsonaro, mas ainda o considera um líder. Ele sugere que o ex-presidente fez essa declaração para "amaciar" a situação com o ministro Moraes, prevendo uma maneira de ganhar força no futuro contra quem chama de "verdadeiros golpistas".

Divergências entre apoiadores

Giovani Falcone, outro apoiador, acredita que os pedidos de ação militar foram "casos isolados", e não houve qualquer desordem que justificasse tal medida. Para ele, a fala de Bolsonaro no STF não foi nada além do normal. Ele enviou um vídeo que circulou em grupos bolsonaristas que tirava sarro da situação, afirmando que o povo já está "tirando um sarro" da situação.

Porém, as reações não foram unânimes. O ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, criticou o ex-presidente, se mostrando insatisfeito com sua postura diante da situação, lamentando ter acreditado nele anteriormente.

Sentimento dos bolsonaristas

Apesar das críticas, a maioria dos apoiadores ainda defende Bolsonaro, como mostra um levantamento da Palver, que revela que as menções positivas ao ex-presidente prevaleceram. As ironias de Bolsonaro durante o interrogatório reforçam a narrativa de que não houve golpe e que as acusações contra ele são infundadas, um sentimento que muitos bolsonaristas ainda compartilham.

Conclusão

O debate sobre a postura de Bolsonaro e as reações de seus apoiadores revelam um cenário complexo entre os que defendem intervenções militares e aqueles que se opõem. O que é certo é que o ex-presidente continua a mobilizar paixões entre seus seguidores, que, apesar das ofensas, permanecem leais à sua figura.