Higo Magalhães revela como o CSA contrata jogadores

Higo Magalhães revela como o CSA contrata jogadores

O trabalho de contratações no CSA

O técnico Higo Magalhães visitou a redação do ge na noite da última quinta-feira. Ele foi personagem de uma longa entrevista especial, que terá capítulos diferentes ao longo do mês. O sorriso e a descontração dizem muito sobre o momento do CSA: classificado na Copa do Nordeste, nas oitavas da Copa do Brasil e perto dos líderes da Série C.

Higo lembrou que os bons resultados da temporada se devem a um trabalho integrado, dentro e fora de campo, para que o CSA avance no seu processo de reconstrução.

Segundo o técnico, os recursos limitados exigem acerto na formação do elenco, nas decisões sobre as partidas e os campeonatos. Hoje, há um trabalho em conjunto no departamento de futebol. Luciano Lessa, diretor de futebol, Jadson Oliveira, executivo da pasta, e Higo estão à frente das contratações do CSA e comemoram o bom índice de acertos.

O treinador diz que esse grupo é enxuto, mas bem entrosado. Foi assim que chegaram o meia Brayann, destaque do time na temporada, o lateral-esquerdo Enzo, cobiçado no mercado do futebol, e agora o meia Luciano Naninho, uma indicação de Higo para a diretoria.

"Sabemos das nossas limitações financeiras e trabalhamos numa margem de erro muito menor do que outros times. E a margem tem que ser pequena mesmo. O clube está numa situação bem positiva por isso".

- No CSA, hoje tudo é discutido. Quando se fala em jogador, lógico que o Jadson e Luciano, responsáveis pelo departamento de futebol, têm o primeiro contato comigo, dentro daquilo que eles sabem que eu acredito, e tentam inserir jogadores que facilitem o que pensamos para o jogo. Algumas peças, eu direciono; outras peças, eles trazem como opção - explicou Higo, continuando:

- Como a gente trabalha nisso já tem um tempo, conhece o atleta. São discutidas algumas situações. Na maioria das vezes, eu ligo para o atleta, até para sentir também do outro lado de que forma o jogador está recebendo o convite. Aí entra o tato. Talvez o atleta não demonstre tanta energia positiva de querer fazer parte do nosso projeto. Se ele não tiver entusiasmado, por mais que seja um bom jogador, talvez haja um bloqueio na contratação. E os nomes que o CSA tem trazido estão dando boa resposta.

- No mês passado, o treinador completou um ano de CSA. Ele disse se orgulhar por ter ajudado a mudar os objetivos do clube. Em 2025, pela evolução do time, o acesso para a Série B se tornou possível.

- Quando chegamos, sabíamos das dificuldades que o clube estava atravessando. Todos os atletas sabem. Nós estamos numa reconstrução ainda. O cenário hoje é totalmente diferente do que foi no ano passado. Totalmente - lembrou Higo, acrescentando que os compromissos vêm sendo cumpridos pela direção:

- Hoje, o clube está cheio de esperança para dias melhores. Primeiro, o clube hoje tem credibilidade. As pessoas que estão à frente do clube, a começar pela presidente Mirian, têm muita credibilidade. Os salários estão rigorosamente em dia, premiações também, dentro daquilo do que foi combinado, conseguimos pagar; conseguimos pagar aos credores. Por isso que nós não fazemos loucuras, por isso temos uma forma criteriosa de avaliar atletas.

Higo revela qual foi o momento mais difícil desde que chegou ao CSA

- Higo disse que o seu momento mais difícil no CSA foi a semana da saída do lateral Cedric e do zagueiro Wanderson, em março deste ano.

- Foi o mais delicado porque toda relação existe problema, mas tudo foi controlado, nós conseguimos blindar. Se tem uma coisa que o CSA tá fazendo hoje, é essa questão da blindagem. Eu consigo blindar o vestiário, o Jadson e o Luciano estão conseguindo blindar o pós-vestiário, com todo o estafe ali, e a presidente Mirian está blindando o clube como um todo.

Para o treinador, o aprendizado com os erros de um passado recente mudou a forma do clube ser gerenciado.

- Quando cheguei no ano passado, era um caos, com a torcida invadindo o CT e 92% de risco de rebaixamento. Não passei por isso, mas se fala muito que o CSA levava a notícia ruim de dentro para fora, transmitia tudo o que acontecia dentro. Hoje, não. A gente resolve os problemas lá dentro, discutimos tudo o que precisamos discutir, acertamos às vezes, erramos outras, mas é tudo canalizado ali dentro. O CSA é uma família que resolve bem os seus problemas.