Em interrogatório no STF, o leão Bolsonaro se travestiu de dócil gatinho

No que foi considerado um dos momentos mais esperados do cenário político brasileiro, Jair Bolsonaro compareceu à 1ª Turma do STF para um interrogatório relacionado ao núcleo crucial do plano de golpe de Estado que, segundo investigações, ele teria liderado. O evento, amplamente coberto pelos principais meios de comunicação do país, expôs uma faceta incomum do ex-presidente, que abandonou a postura combativa das manifestações populares para se apresentar diante dos ministros liderados por Alexandre de Moraes, de maneira surpreendentemente submissa.

Com um tom de respeito e mansidão, Bolsonaro respondeu às perguntas dos magistrados, negando a ocorrência de golpe e minimizando suas interações com militares. Em uma sequência de declarações que variaram entre a defesa das urnas eletrônicas e a crítica ao sistema de votação, o ex-presidente se distanciou da responsabilidade sobre a minuta do golpe, chamando seus apoiadores de "malucos" e, de forma inusitada, pediu desculpas a Moraes.

Enquanto isso, a base bolsonarista, que antes rugia como leões nas ruas, agora se apega a uma narrativa que busca interpretar o desempenho de Bolsonaro como um triunfo. Em Penedo, por exemplo, os seguidores celebram o que consideram uma habilidade retórica do ex-presidente e especulam sobre um suposto temor de Moraes em relação a ameaças externas, como as de Donald Trump. Essa visão distorcida da realidade, no entanto, revela o esforço dos bolsonaristas em não admitir erros, criando um universo paralelo onde as desculpas de Bolsonaro são vistas como uma estratégia calculada.

Entretanto, essa "quimera utópica" esconde a dura realidade: Bolsonaro, ao se submeter ao interrogatório, demonstrou um recuo significativo de sua postura anterior. O que se via como um líder imbroxável, agora se apresenta como um "meia bomba" apequenado, deixando em aberto questionamentos sobre seu futuro político. O cenário é sombrio!