Protestos em Nova York contra repressão a imigrantes

Protestos em Nova York contra repressão a imigrantes

Protestos em Manhattan


Cerca de 200 manifestantes se reuniram na Foley Square, no centro de Manhattan, na cidade de Nova York, em protesto contra medidas federais de repressão a imigrantes. O ato teve início no fim da tarde dos Estados Unidos, com presença de policiais com equipamento antimotim ao redor da praça. Durante o protesto, os participantes entoaram palavras de ordem, incluindo frases como "From Palestine to Mexico, these racist laws have got to go".Os organizadores e participantes protestam contra o endurecimento das políticas imigratórias e a atuação do U.S. Immigration and Customs Enforcement, a agência federal responsável pela imigração.

Relatos de manifestantes


Entre os manifestantes estava uma estudante universitária de 19 anos, moradora do bairro de Jackson Heights, no Queens. Ela preferiu não se identificar por medo, mas afirmou que se sentiu obrigada a participar do ato. Apesar de não ter tido contato direto com agentes do ICE, relatou preocupação com moradores da vizinhança, que, segundo ela, é predominantemente formada por imigrantes. "Nós vivemos em um bairro majoritariamente imigrante. O ICE está à nossa porta", disse para a CNN norte-americana. A jovem contou que os pais, cidadãos norte-americanos, pediram que ela não participasse do protesto, temendo por sua segurança. "Eles se preocupam comigo indo a protestos, mas isso parte meu coração. Eu não consigo imaginar meus pais sendo levados."

Impacto na saúde pública


A manifestação também contou com a presença de Dalia, de 32 anos, que atua como enfermeira em um hospital de Nova York. Ela também preferiu não divulgar o sobrenome, afirmando ter familiares com situação migratória mista. Segundo Dalia, muitos desses parentes vivem nos Estados Unidos há mais de 40 anos. "As pessoas dizem 'é só arrumar os documentos', mas não sabem o quão quebrado é o sistema", afirmou. Dalia relatou que a ação do ICE tem impacto direto em seu ambiente de trabalho. "Agora vejo pacientes que não estão comparecendo às consultas, e não é coincidência que esses faltantes estão com medo. A saúde deles está sendo afetada."
Segundo ela, medidas têm sido adotadas para tentar manter o atendimento, como o envio de mensagens pedindo que os pacientes participem pelo menos das consultas virtuais. Dalia afirmou que sua motivação para participar do protesto está relacionada à sua condição de cidadã norte-americana. "Eu sou cidadã dos Estados Unidos, e não preciso ter medo", disse. "Estou apenas tentando fazer a minha parte." O protesto segue em andamento sob acompanhamento das forças de segurança.