PGR solicita prisão preventiva de Zambelli ao STF

A solicitação da PGR ao STF

A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão preventiva da deputada Carla Zambelli (PL). O pedido, apresentado na terça-feira (03), surgiu após a parlamentar anunciar que deixou o Brasil para residir na Europa, onde pretende atuar em denúncias contra supostos abusos praticados por autoridades brasileiras.

A representação do deputado Lindbergh Farias

O pedido elaborado pela PGR foi motivado por uma representação protocolada pelo deputado Lindbergh Farias (PT), líder do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados. No documento, acessado pelo Portal iG, Farias argumenta que Zambelli representa um "risco concreto à aplicação da lei penal, à ordem pública e à integridade das instituições democráticas brasileiras". A solicitação foi baseada em uma condenação anterior da Primeira Turma do STF, que resultou em Zambelli uma pena de 10 anos de prisão em regime fechado, perda do mandato e multa devido à invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

A saída de Zambelli do Brasil

Ainda cerca de 20 dias após a condenação do STF, Zambelli anunciou sua mudança para a Europa, onde possui cidadania italiana e não pode ser deportada. Antes de sua viagem, promoveu uma campanha de arrecadação de Pix, alegando que o valor seria destinado a custas processuais. No entanto, a representação de Farias sugere que esses R$ 285 mil doados seriam na verdade para cobrir custos de sua permanência no exterior, configurando uma "tentativa deliberada de frustrar a execução da pena".

Medidas solicitadas pela PGR

Diante desse contexto, Farias solicitou que a PGR não apenas recomenda a prisão preventiva ao STF, mas também busque incluir o nome de Zambelli na lista da Interpol, inicie um processo de extradição e determine o bloqueio dos valores arrecadados via Pix. A investigação deve abranger indícios de "estelionato, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e sonegação fiscal".

Revogação do passaporte diplomático

Adicionalmente, foi requisitado que a PGR oficie o Ministério das Relações Exteriores para revogar o passaporte diplomático de Zambelli. Farias argumentou que "não se trata de um mero temor abstrato de evasão, mas de uma realidade já consumada", evidenciada pela saída do país e pela falta de informações sobre seu paradeiro.

A conduta de Zambelli e suas implicações

De acordo com a representação, a conduta de Zambelli representa uma grave ameaça à soberania nacional e à ordem constitucional, exigindo uma resposta imediata do Estado para restaurar a autoridade da jurisdição penal.

Repercussão e estratégia de defesa

Zambelli ainda não se pronunciou sobre o pedido de prisão preventiva. Procurada pelo Portal iG, a deputada não respondeu e o espaço segue aberto para manifestações.

Comparações com Eduardo Bolsonaro

A saída de Zambelli do Brasil foi comparada à movimentação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL) nos Estados Unidos, onde tem articulado, junto a representantes do governo norte-americano, sanções contra autoridades brasileiras. A representação na PGR considera essa movimentação parte de uma "trama golpista continuada" investigada pelo STF.

Conclusão

Além de argumentar que Zambelli está tentando internacionalizar sua defesa contra as autoridades brasileiras, o deputado Lindbergh Farias também destacou que a mudança de Zambelli para a Europa está ligada a uma estratégia de desestabilização institucional. A situação continua a se desenvolver e traz à tona questões importantes sobre a integridade das instituições e da soberania nacional.