Comandante da PM-AL proíbe viagens de moto dos militares
29/05/2025, 14:57:54
Decisão sobre viagens de motocicleta dos militares
A medida foi determinada um dia após um cabo da PM-AL, que mora em Sergipe, ter braço amputado em acidente de motocicleta.
O comandante da Polícia Militar de Alagoas (PM-AL), Paulo Amorim, proibiu os militares de viajar de motocicleta para o trabalho ou retorno para casa.
A portaria que contém essa decisão foi publicada no Boletim Geral Ostensivo (BGO), na segunda-feira (26), um dia depois de um cabo da PM-AL ter sofrido um grave acidente em Sergipe, ao voltar do serviço.
Conforme a portaria, os militares estão impedidos de sair de motocicleta do estado em que residem para trabalhar em Alagoas, assim como voltar de moto para casa.
Na publicação, o comandante destacou que essa decisão foi tomada devido ao risco de acidentes envolvendo motocicletas, especialmente em deslocamentos de longas distâncias.
Policiais de outros estados afetados pela decisão
Além disso, a determinação também afeta policiais militares que, embora trabalhem em Alagoas, residem nos estados de Sergipe, Pernambuco e Bahia, os quais estão proibidos de se deslocar de motocicleta para o trabalho ou retorno.
“Fica terminantemente proibido o deslocamento em motocicleta, para fins de apresentação e retorno do serviço, dos policiais militares que residem nos Estados da Bahia, Pernambuco e Sergipe. A medida visa à preservação da segurança dos militares estaduais, tendo em vista os riscos inerentes ao deslocamento interestadual em veículos de duas rodas, especialmente em longos percursos. O não cumprimento dessa determinação poderá ensejar responsabilização administrativa”, diz a portaria.
No último domingo (25), o cabo da PM-AL, Ualdo Alves Freitas, sofreu um acidente em Poço Redondo, em Sergipe. Ele estava pilotando a motocicleta e, em decorrência do impacto do acidente, teve o braço amputado. O braço foi encontrado e colocado em uma caixa de gelo, possibilitando o reimplante do membro. O cabo passou por cirurgia no Hospital de Urgências de Sergipe (HUSE) e está internado na UTI.
A decisão gerou repercussão entre os militares. O presidente da Associação dos Militares do Estado de Alagoas (AMEAL) se reuniu com o comandante da PM e apresentou sugestões para minimizar os impactos da determinação.
“Sugeri ao comandante que, dentro da possibilidade, cobre ao estado uma van ou ônibus que faça o mesmo itinerário que é feito em Maragogi, de Maragogi para Recife, e que tenha um ônibus de Delmiro para Aracaju, para atender o pessoal daquela rota e garantir segurança. Paralelo a isso, sugeri também a necessidade de viaturas para que os militares se desloquem com segurança”, relatou o sargento José Erionaldo da Silva, presidente da AMEAL.
Ele ainda mencionou que o comandante deve reavaliar a determinação, e até a próxima sexta-feira (30), a portaria será analisada mais uma vez.
A OAB-AL também comentou a situação. Para a Comissão de Estudos Constitucionais, a medida fere os direitos de igualdade e liberdade dos servidores da PM.
Ele recomendou que aqueles que se sentirem prejudicados procurem instituições ou meios jurídicos para contestar a normativa.