Câmara propõe cortes para substituir aumento do IOF
29/05/2025, 20:16:52
Introdução
Após solicitar ao governo que reconsidere o aumento do Imposto de Operações Financeiras (IOF), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), destacou a disposição do parlamento em aprovar medidas de corte de despesas, consideradas "antipáticas", para conseguir cumprir a meta de gastos definida pelo arcabouço fiscal.
Medidas Antipáticas
Em suas declarações após a reunião de líderes realizada na quinta-feira (29), Motta enfatizou: "Talvez tenha chegado a hora de enfrentar esse problema, de colocar o dedo na ferida e rever e ajustar aquilo que não está correto. É isso que nós estamos nos dispondo a fazer, sabendo até que, muitas das vezes, são medidas antipáticas que precisarão ser tomadas perante a sociedade".
Contexto da Discussão
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), manifestou que é essencial manter o aumento do IOF neste ano, a fim de evitar cortes sociais em áreas críticas como saúde e educação, que ameaçariam o funcionamento da máquina pública. Por outro lado, o presidente da Câmara, Motta, faz um apelo por medidas de corte de gastos que sejam mais estruturantes.
Desafios Fiscais
Motta alertou que a situação atual está se tornando "ingovernável" e que o próximo presidente enfrentará um orçamento cada vez mais rígido, com menos espaço para manobras. Essa situação é um reflexo da necessidade urgente de ajustes fiscais.
A Resposta do Legislativo
Após o Congresso dar um prazo de 10 dias para o governo apresentar alternativas ao decreto que elevou as alíquotas do IOF, que, segundo o Ministério da Fazenda, teria um impacto restrito a empresas e contribuintes mais ricos, ficou evidente a tensão entre o Executivo e o Legislativo. O Legislativo até chegou a ameaçar derrubar o decreto que tinha como objetivo arrecadar cerca de R$ 20 bilhões através do IOF, enquanto o governo anunciou um bloqueio de R$ 31,3 bilhões em seu orçamento deste ano para cumprir a meta fiscal.
Propostas de Corte
Segundo Motta, há um consenso no colégio de líderes para abordar questões que antes eram consideradas "praticamente impossíveis de serem faladas". Ele mencionou possíveis medidas estruturantes, como a revisão das isenções fiscais e a reforma administrativa, mas deixou claro que as propostas devem ser originadas do Executivo.
Posicionamento do Governo
Lindbergh Farias reiterou que o governo não é contra discutir cortes de gastos mais estruturantes, mas ressaltou que, no curto prazo, é fundamental manter o decreto do IOF. "Nós vamos entrar numa situação de shutdown [colapso da máquina pública]. É uma situação em que o governo praticamente não roda", acrescentou ele. Para a liderança governista, o impacto do decreto do IOF é considerado pequeno, mas há grande resistência a qualquer medida que coloque o ônus nas classes mais altas.
O Arcabouço Fiscal
O arcabouço fiscal, iniciado no governo atual, substituiu o teto de gastos implementado durante a gestão de Michel Temer e impõe à União o cumprimento de uma meta fiscal, definindo os limites de gastos anuais do Estado. Para que isso seja possível, o Ministério da Fazenda anunciou um congelamento de R$ 31,3 bilhões este ano, somado a medidas que elevam a receita através do IOF, com um impacto fiscal positivo estimado em R$ 20 bilhões.
Conclusão
A fala de Motta e as movimentações no Congresso refletem um momento crítico na política fiscal do país, onde medidas impopulares podem ser necessárias para alcançar a sustentabilidade financeira. Fique atento às evoluções desse cenário e saiba como essas decisões podem impactar o cotidiano dos cidadãos.