A imbecilidade eleitoral e a ascensão de figuras questionáveis na política brasileira

A internet transformou-se em um elemento central da vida moderna, revolucionando a forma como nos comunicamos, aprendemos e interagimos. No entanto, essa revolução também trouxe à tona uma série de desafios, entre os quais se destaca a amplificação de vozes que, em outras circunstâncias, seriam facilmente ignoradas. O fenômeno da imbecilidade, agora amplificado pelas redes sociais, permitiu que figuras sem substância ou preparo conquistassem visibilidade e, em muitos casos, até posições de poder.

Desde 2018, o Brasil tem visto a ascensão de uma nova leva de representantes que, surfando na onda da desinformação e da ignorância, conseguiram se eleger para câmaras municipais, estaduais e até mesmo federal. Um exemplo recente é o influenciador digital alagoano, Rico Melquíades, que anunciou sua candidatura à Câmara dos Deputados. A repercussão nas redes sociais foi imediata, com críticas e ironias, mas, segundo a Constituição Federal, qualquer cidadão tem o direito de votar e ser votado, independentemente de seu nível de inteligência ou preparo.

No atual cenário político, figuras como Nikolas Ferreira (peruca loira), conhecido por ser responsável pela divulgação de fake news, e Zé Trovão (posando ao lado de uma fileira de coc4ína e maconh4) que se tornou alvo de controvérsias por suas ações e declarações, exemplificam a nova realidade do Congresso Nacional. A presença de indivíduos que desafiam a lógica e a decência não é apenas uma anomalia, mas sim um reflexo de uma democracia onde o voto é livre, mas a escolha nem sempre é sábia.

A situação gera um paradoxo: enquanto a democracia garante a todos o direito de participar, a qualidade do debate político e a seriedade das propostas muitas vezes ficam em segundo plano. A ascensão de candidatos que representam o "hype" e a superficialidade traz à tona a pergunta: até que ponto a imbecilidade pode ser tolerada na arena política? Com tantas vozes dissonantes e propostas vazias, o futuro da política brasileira parece incerto, mas a certeza é que a imbecilidade reina absoluta e duradoura.