STF inicia julgamento do quarto núcleo da trama golpista

STF inicia julgamento do quarto núcleo da trama golpista

Início do Julgamento

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar nesta terça-feira, 6, a denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra mais um núcleo que integra o inquérito do golpe de Estado. O "núcleo 4" da suposta trama golpista, acusado de atuar na produção e disseminação de desinformação e ataques ao sistema eleitoral, é composto por Ailton Gonçalves Moraes Barros, Ângelo Martins Denicoli, Carlos César Moretzsohn Rocha, Giancarlo Gomes Rodrigues, Guilherme Marques de Almeida, Marcelo Araújo Bormevet e Reginaldo Vieira de Abreu.

Detalhes do Julgamento

Assim como das outras vezes, o ministro do STF Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma, reservou três sessões para o julgamento: às 9h30 e às 14h desta terça-feira, e às 9h30 desta quarta, 7. Após a leitura da denúncia, os advogados vão apresentar as defesas e, em seguida, os cinco ministros do colegiado vão decidir se transformam os sete denunciados em réus ou não.

Denúncia Contra os Acusados

"Eles propagaram notícias falsas sobre o processo eleitoral e realizaram ataques virtuais a instituições e autoridades que ameaçavam os interesses do grupo. Todos estavam cientes do plano maior da organização e da eficácia de suas ações para a promoção de instabilidade social e consumação da ruptura institucional", diz trecho da denúncia, que se refere ao grupo como responsável pelas "operações estratégicas de desinformação".

Contexto dos Núcleos Julgados

Este será o terceiro julgamento sobre o recebimento de denúncias relacionadas ao caso. O primeiro núcleo, do qual faz parte o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete militares de alta patente, e o núcleo dois, composto pelo ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques e o general Mário Fernandes, já tiveram suas denúncias aceitas e agora serão julgados em ações penais.

Quem São os Acusados

  • Ailton Gonçalves Moraes Barros é capitão reformado do Exército, acusado de incitar militares e difundir ataques virtuais.
  • Ângelo Martins Denicoli, major da reserva do Exército, é apontado como elo do grupo criminoso com o influenciador Fernando Cerimedo.
  • Carlos César Moretzsohn Rocha, engenheiro, foi presidente do Instituto Voto Legal e contribuiu para ações de desinformação.
  • Giancarlo Gomes Rodrigues, subtenente do Exército, coletava informações que eram usadas para propagar notícias falsas.
  • Guilherme Marques de Almeida, tenente-coronel do Exército, é considerado um propagador em larga escala de conteúdos falsos sobre o Poder Judiciário.
  • Marcelo Araújo Bormevet, policial federal, ordenava a coleta de informações sobre alvos específicos para produzir notícias falsas.
  • Reginaldo Vieira de Abreu, coronel do Exército, é conhecido por discutir fraudes eleitorais em mensagens.

Julgamentos Anteriores

A PGR fatiou a denúncia de tentativa de golpe em cinco núcleos. Já foram julgados e aceitas as denúncias contra o "núcleo 1", do qual faz parte o ex-presidente Jair Bolsonaro, e o "núcleo 2", que inclui integrantes com posições relevantes no governo.