Depois de 100 dias, do arrogante Donald Trump Decretos começam a cair
02/05/2025, 17:27:07Todos os canais de televisão mundiais deram ampla cobertura ao discurso de posse do segundo mandato de Donald Trump. Todos eles ficaram estarrecidos com tamanha arrogância e prepotência. A queda dos Decretos era uma crônica da queda anunciada.

Cem dias. Esse é o marco simbólico frequentemente usado para avaliar o início de qualquer governo. No caso de Donald Trump, esse período revelou mais do que simples decisões administrativas: mostrou uma presidência marcada pela caneta fácil, pelo autoritarismo retórico e pela crença de que decretos podem substituir diálogo, consenso e, sobretudo, legalidade.
Ao assumir o cargo, Trump parecia confundir a Casa Branca com o set de The Apprentice. Munido de uma visão empresarial autoritária e pouco afeita à institucionalidade, ele iniciou seu governo assinando uma enxurrada de ordens executivas. Parecia mais preocupado em "mostrar serviço" do que em construir soluções viáveis. Decretos sobre imigração, meio ambiente, comércio e saúde pública foram baixados com alarde e um teatro midiático que alimentava seus apoiadores mais fervorosos. Mas, como o tempo mostrou, decisões tomadas à base de impulsos e bravatas não resistem ao teste da Constituição.
Passados os primeiros 100 dias, muitos desses decretos começaram a ruir. Juízes federais, estados, organizações civis e mesmo o Congresso colocaram freios em medidas que beiravam o abuso de poder. O mais emblemático foi o chamado "banimento muçulmano", decreto que proibia a entrada de cidadãos de diversos países de maioria islâmica nos EUA. A Justiça barrou a medida por ser discriminatória e inconstitucional — uma derrota humilhante para um presidente que prometia “colocar ordem na casa”.
Outro revés veio com o desmantelamento parcial do Obamacare. Apesar das promessas de campanha e da assinatura de decretos para sua revogação, Trump descobriu que mexer com políticas públicas exige mais do que slogans: exige articulação política, estudo e responsabilidade. O Congresso — incluindo parlamentares de seu próprio partido — impôs limites, mostrando que a democracia americana, apesar de testada, ainda tem freios e contrapesos funcionando.
O discurso de “outsider” que o levou à presidência começou a mostrar seu lado mais sombrio: a desinformação, a falta de preparo e uma perigosa confiança em decisões unilaterais. Trump governava como se o Estado fosse uma empresa privada, onde o CEO manda e o resto obedece. Só que a democracia não é uma empresa, e um país não se comanda à base de ordens e ameaças pelo Twitter.
É preciso reconhecer: Trump conseguiu mobilizar uma parcela significativa do eleitorado americano, especialmente aqueles que se sentiam abandonados pelo sistema. Mas em vez de transformar esse apoio em construção de pontes políticas, preferiu o caminho do confronto, da polarização e do populismo autoritário. Os 100 primeiros dias foram um laboratório disso — e os resultados começaram a aparecer: decretos suspensos, promessas descumpridas e uma imagem internacional cada vez mais desgastada.
Se os primeiros cem dias revelaram um presidente arrogante e impulsivo, os próximos poderão revelar se ele aprenderá a lidar com os limites da democracia ou se continuará tentando dobrá-la à força. Por ora, o que se vê é um governo acuado por sua própria prepotência, onde a caneta já não impõe tanto medo — e onde os decretos, como castelos de areia, começam a desmoronar com o primeiro sopro da legalidade.
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