Hamas propõe acordo para libertação de reféns e trégua

Proposta de Acordo do Hamas

O Hamas está pronto para um acordo que inclua a libertação de todos os reféns mantidos em Gaza de uma só vez e uma trégua de cinco anos com Israel, afirmou um alto dirigente do movimento islamista palestino, neste sábado (26).
"O Hamas está preparado para uma troca de prisioneiros", reféns israelenses por prisioneiros palestinos, "em uma única operação e para uma trégua de cinco anos", declarou à AFP este alto dirigente, que preferiu permanecer anônimo.

Reuniões e Negociações

Uma delegação do movimento palestino deveria se reunir com os mediadores neste sábado no Cairo. O Hamas, que rejeitou a proposta israelense de um cessar-fogo de 45 dias em troca do retorno de dez reféns vivos, destaca que não está interessado em um acordo "parcial".

Exigências do Hamas

No acordo que o movimento busca, o Hamas exige o cessar das hostilidades, a retirada completa das tropas israelenses, a troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos e a entrada de ajuda humanitária em Gaza.
Por sua vez, Israel tem como exigências o retorno de todos os reféns e o desarmamento do Hamas e de outros grupos armados em Gaza, sendo este último ponto considerado uma "linha vermelha" para o movimento islamista.

Garantias Internacionais

Mahmoud Mardawi, líder do Hamas, reiterou que o movimento busca um "acordo global" que contenha "garantias internacionais". Ele mencionou que Israel "pode retomar a guerra após um acordo parcial, mas não poderá fazê-lo após um acordo global acompanhado de garantias internacionais". "Exigiremos que essas garantias sejam incluídas no acordo", acrescentou Mardawi.

Cenário Atual da Guerra em Gaza

A guerra na Faixa de Gaza teve início com o ataque mortal do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023, que resultou na morte de 1.218 pessoas do lado israelense, em sua maioria civis, segundo levantamento da AFP baseado em dados oficiais. Das 251 pessoas sequestradas naquele dia, 58 continuam em Gaza, com 34 sendo consideradas mortas, de acordo com o Exército israelense.
Uma trégua que ocorreu de 19 de janeiro a 17 de março permitiu o retorno de 33 reféns, entre eles oito já falecidos, em troca da libertação de cerca de 1.800 palestinos encarcerados em Israel. Desde que Israel retomou sua ofensiva em 18 de março, pelo menos 2.062 palestinos morreram, elevando o número total de vítimas em Gaza para 51.439 desde o início do conflito.