Plano de manejo protege trilhas e espécies da Serra Negra
25/04/2025, 08:37:45
No coração da Zona da Mata mineira
O Parque Estadual Serra Negra da Mantiqueira se destaca como um santuário de vida selvagem e um museu a céu aberto. Nesta semana, o Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) aprovou o plano de manejo do parque. Gerido pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), o parque abrange 4.203,96 hectares nos municípios de Santa Bárbara do Monte Verde, Lima Duarte, Rio Preto e Olaria. Unidade de Conservação de proteção integral desde 2018, o espaço visa preservar ecossistemas naturais e promover atividades sustentáveis, como turismo, pesquisa e educação ambiental. Letícia Horta, diretora de Unidades de Conservação do IEF, ressaltou que o plano “estabelece diretrizes para a gestão e planejamento das atividades no parque, alinhadas aos objetivos de criação e demandas sociais”.
Riqueza da fauna e flora
Entre os animais que habitam a região, a onça-parda, o lobo-guará, a jaguatirica, o gato-mourisco e a irara completam a lista de mamíferos que circulam pelas matas densas, assim como catetos, veados e primatas ameaçados de extinção. Nas copas das árvores, o papagaio-de-peito-roxo e o urubu-rei enchem o ar com cores e cantos, enquanto anfíbios exclusivos da região, como o sapinho-cuca e a perereca-cambuí, sobrevivem em riachos e áreas úmidas. A vegetação, por sua vez, é um mosaico de orquídeas, bromélias e samambaias que crescem em meio a campos floridos e florestas nebulosas.
Trilhas e beldades naturais
As trilhas do parque são tão diversas quanto sua biodiversidade. Em Olaria, os visitantes encontram a imponente Cachoeira do Marciano, com 60 metros de queda livre, e exploram grutas como a Tigre e a Cascavel. A região também guarda marcos lendários, como a Cruz do Nego e a Caveira D’anta, além da histórica Fazenda Pouso do Bispo. Já em Rio Preto, a Rota do Contrabando — caminho usado no século XVIII para burlar impostos sobre o ouro — leva a cachoeiras escondidas, como a do Totoca, e a trilhas como a Ninho da Égua, onde a natureza se mistura à memória de um passado turbulento.
Aventura e história
Quem segue para Santa Bárbara do Monte Verde, na comunidade de Três Cruzes, alcança os pontos mais altos da Serra Negra, como o Pico das Três Divisas, a mais de 1.600 metros de altitude. Dali, é possível desbravar a Toca da Assombração, a Cachoeira do Angelim e a Ponte de Pedra, locais que desafiam a imaginação com formações rochosas esculpidas pelo tempo. Em Lima Duarte, o complexo de cachoeiras começa na Mirim e se estende até o Jardim das Clarabóias, um labirinto de rochas com aberturas naturais que filtram a luz do sol. A trilha da Grota da Égua, que passa pelas quedas do Ingá e do Caracol, é um convite para aventuras em meio a precipícios e paisagens de tirar o fôlego.
Legado cultural
As trilhas também carregam marcas de figuras históricas. A Estrada da Polícia, antigo caminho do Brumado, foi patrulhada por Tiradentes no combate ao contrabando. Dom Pedro I cruzou a região em 1824, e décadas depois, o Duque de Caxias marchou por ali durante a Revolução Liberal de 1842. Essas rotas, hoje usadas por turistas, são heranças de povos originários, como os Puris e Araris, e de comunidades que mantiveram vivas as lendas e a cultura local.
Explore a Serra Negra!
Visitar o Parque Estadual Serra Negra não é apenas uma oportunidade de estar em contato com a natureza, mas também de se conectar com a história e a cultura rica de Minas Gerais. Não deixe de conhecê-lo e desfrutar de tudo o que ele tem a oferecer!