Rui Falcão defende candidatura no PT para novos rumos

Rui Falcão e sua Candidatura no PT

O parlamentar Rui Falcão (SP) lançou sua candidatura à presidência do PT em um evento realizado nesta segunda-feira (14). Ele enfatizou que sua proposta se relaciona mais com os rumos do partido do que com "quem fica a cargo do caixa". Esta declaração alude às disputas que ocorrem internamente sobre a tesouraria do PT, um dos fatores que contribuíram para a ruptura de Edinho Silva com certas correntes do partido.

Contexto da Candidatura

Na atual situação de divisões no PT, Falcão se apresenta como um candidato de oposição ao candidato apoiado pelo presidente Lula, Edinho, ex-prefeito de Araraquara. Mesmo sendo da tendência majoritária do PT, a CNB (Construindo um Novo Brasil), Edinho é contestado por vários membros da sigla.

Além de Falcão e Edinho, outros candidatos também se apresentaram, como Romênio Pereira, do Movimento PT, e Valter Pomar, da Articulação de Esquerda. O prefeito de Maricá (RJ), Washington Quaquá, também confirmou que concorrerá.

Pilares da Candidatura de Falcão

"Estou convencido de que nossa candidatura é essencial para os desafios que temos de enfrentar e para que o presidente Lula possa conquistar seu quarto mandato em 2026. O PT precisa estar à altura da grave crise da democracia mundial", afirmou Falcão durante o evento no Sindicato dos Engenheiros, em São Paulo.

Ele também deixou claro que, se eleito, abrirá mão do mandato como deputado federal, alegando: "Não podemos sacrificar nossa identidade e nossos projetos sob risco de perder apoio da nossa base social". Falcão enfatizou que "o PT não pode se transformar numa caixa de repetição da administração federal".

O evento reuniu várias tendências do PT, o que demonstra uma diversidade de apoios e também a necessidade de unir forças para enfrentar os desafios internos. Falcão se posiciona como uma ala minoritária - a Novo Rumo - e possui o apoio de ex-presidentes do partido e de mais de 70 deputados federais e estaduais.

Expectativas para a Eleição

A eleição para a presidência do PT acontecerá em julho, através do voto direto dos filiados. Atualmente, Humberto Costa (PE) comanda o partido de forma interina após a renúncia de Gleisi Hoffmann, que assumiu como ministra de Relações Institucionais do governo Lula. Espera-se que Falcão e Edinho cheguem ao segundo turno.

José Genoino, ao iniciar os discursos no evento, destacou que a candidatura de Falcão deve buscar "pressionar e flexionar o nosso governo à esquerda". Ele reforçou a importância da relevância e do protagonismo da esquerda na política atual, afirmando que não se deve ter medo de ser socialista.

Os militantes presentes apoiaram essa ideia, usando adesivos que diziam "virar à esquerda" e reforçando a necessidade de uma política mais robusta e voltada à base.

O evento também contou com a presença de críticos da atual direção do partido, que pediram uma maior retorno à militância de base e enfatizaram que o PT não deve se submeter aos interesses do centrão no Congresso Nacional.

Próximos Passos de Falcão

Após o registro formal de sua candidatura, Falcão terá direito a dez viagens de avião e uma hospedagem para sua campanha. Ele lançou uma campanha de financiamento coletivo para custear sua candidatura. Com a última eleição direta do PT ocorrendo em 2013, há uma grande expectativa em torno desse pleito.