Oposição destaca perseguição política a Bolsonaro e governo vê fraqueza na direita
27/03/2025, 08:33:54
Contexto do Julgamento
Parlamentares e integrantes da oposição reforçaram o discurso de perseguição política ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e buscaram atribuir a ele imagem de força e confronto, após ser declarado réu pela Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal).
Reação do Governo e da Oposição
Enquanto isso, integrantes do governo Lula (PT) e petistas celebraram o resultado do julgamento, falando em vitória da democracia e vendo a direita enfraquecida para as eleições de 2026.
O ex-presidente se tornou réu com outros sete acusados de integrarem o núcleo central da trama golpista de 2022. A decisão do Supremo abre caminho para o julgamento do mérito da denúncia contra Bolsonaro até o final do ano, com o objetivo de agilizar o processo e evitar contaminações pelas próximas eleições presidenciais.
Perseguição Política e as Eleições de 2026
O que o STF busca evitar é algo que bolsonaristas já estão fazendo atualmente. O principal argumento do ex-presidente é de perseguição política, visando tirá-lo da disputa eleitoral. Enquanto isso, ele já se encontra inelegível por decisão da Justiça Eleitoral, mas insiste em manter sua campanha à Presidência como forma de solidificar seu capital político e seus aliados.
Em uma publicação em rede social, logo após a Primeira Turma formar maioria para torná-lo réu, Bolsonaro expressou que a Justiça deseja excluí-lo da disputa em 2026, referindo-se ao processo como um "teatro processual".
Apoio e Pressão sobre Bolsonaro
Aliados do ex-presidente têm buscado afirmar que ele permanece calmo diante da possibilidade de condenação, o que demonstraria força. O líder da oposição na Câmara, Zucco (PL-RS), declarou: "O presidente está tranquilo. Pode ter certeza que nós temos a clareza de que tudo que está acontecendo envolve política e eleições de 2026".
Do lado governamental, dois ministros disseram que a decisão do STF deverá aumentar a pressão sobre Bolsonaro para que ele desista de concorrer em 2026, consolidando o nome do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como uma alternativa viável da direita.
Impacto da Decisão do STF
Um dos ministros ressaltou que, atualmente, Bolsonaro é considerado "carta fora do baralho" e provavelmente encontrará resistência no apoio partidário das legendas do centro. O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou que a decisão do Supremo "representa uma profunda derrota para as forças da direita no Brasil".
A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), comentou nas redes sociais que o julgamento ocorreu dentro do "devido processo legal, garantindo amplamente o direito de defesa dos acusados". Ela não mencionou o nome de Bolsonaro ou os demais réus, mas enfatizou a importância da decisão.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT), descreveu a decisão como algo "inédito", afirmando que um ex-presidente e três generais se tornaram réus por tentativa de golpe e supressão violenta do estado democrático de direito.
Considerações Finais
Ao longo do processo, auxiliares próximos ao presidente Lula defendeu que os integrantes do Executivo evitassem se posicionar, pois é uma decisão judicial e não um tema de governo. A orientaçã era que tanto ministros quanto o presidente deveriam evitar entrar em polêmicas sobre o caso. O deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR) ressaltou a importância do julgamento, mas distanciou-o de Lula, afirmando: “Não é uma denúncia feita por um adversário político, um partido...”.